Gado piauiense terá reconhecimento

O convite foi feito pelo presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Curraleiro Pé-duro e passará a ser reconhecido a partir do dia 20

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Presente no Piauí desde as épocas coloniais, no processo de formação da história do Estado, o gado curraleiro pé- duro receberá reconhecimento da raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A formalização será no próximo dia 20 de março, na delegacia do Mapa Piauí.

A formalização de convite feita pelo Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Curraleiro Pé-duro (ABCPD), Guilherme Melo, junto à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), secretário Rubem Martins, foi festejada com alegria. Para o secretário, este momento significa o fechamento de um ciclo de lutas para que tudo se tornasse possível.

?Para que este momento pudesse se realizar, foi preciso um esforço conjunto entre a Associação e o ex-secretário de Agricultura e atual governador do Estado, quando foi implementado um conjunto de ações, desde o processo de observação, acompanhamento e classificação da raça?, explica Rubem Martins.

Resistente, o gado pé-duro é tipicamente piauiense, presente principalmente na região semiárida, onde a pecuária se desenvolveu para subsistência. Para Rubem Martins, o reconhecimento significa um passo importante para a economia da região. ?Este é um gado com alta resistência, o que é importante para a região com muita estiagem, e também altamente adaptável?, diz o secretário.

O animal é reconhecido no Piauí como patrimônio histórico e cultural do Estado por ter sido decisivo para o povoamento da região. O gado pé-duro, considerado um animal de pequeno porte, pesa em média 300 quilos. Esses bovinos, além de serem adaptáveis ao clima da região, também se adaptam ao tipo de alimentação presente no semiárido.

Esta espécie está presente há mais de 300 anos e vem se adaptando. É considerada pelos criadores como animal de uma fecundidade alta e de uma produtividade muito grande. Apesar do seu pequeno porte, tem fecundidade maior que outras raças.

Camponesas realizam atividades em Paulistana

Parte da jornada de lutas das mulheres camponesas, o 8 de março será lembrado na região em Paulistana, como um dia de resistência das mulheres e ainda com caminho longo a ser trilhado até que a emancipação feminina seja comemorada de fato por todos. De hoje até o dia 8 de março, as mulheres camponesas devem se reunir para debates, atividades culturais, com a atividade intitulada de ?Mulheres em luta por uma soberania alimentar?.

Segundo Maria José da Costa, da coordenação do Movimento de Pequenos Agricultores, as atividades devem reunir várias organizações sociais.

?Queremos lembrar o Dia Internacional de Luta das Mulheres como um momento, em que possamos dizer que muitas lutas ainda são necessárias, apesar de muitas conquistas. Ainda precisamos de políticas públicas, a violência contra a mulher ainda está estampada?, afirma Maria.

Dentre os temas que serão debatidos, está o plano camponês e as mulheres, a forma como o gênero está relacionado ao tipo de sociedade e, por sua vez, o poder e as diferentes classes sociais e também a relação dos megaprojetos de desenvolvimento e o impacto sobre as mulheres. Também haverá feira cultural com apresentação de produtos feitos pelas mulheres dos municípios locais e noite cultural.

Neste último debate citado, haverá a participação da professora doutora Lucineide Barros para discutir os grandes empreendimentos no interior do Estado e quais as suas consequências, como também a participação de Maria Júlia, do movimento dos atingidos pela mineração.

?Quanto à mineração, assim como em outros projetos desenvolvidos no Piauí, podemos sentir como isto tem modificado a vida das comunidades na região de Paulistana e no final das contas, são as mulheres que pagam em dobro. Temos assistido a migração dos homens, o que significa dizer que as mulheres estão ficando responsáveis para dar conta de uma situação difícil no campo. Já foram derrubadas muitas casas por conta das dinamites para construção da transnordestina. No meio disso tudo, são as mulheres que estão a frente.

Atividades serão concluídas com manifestação

Além das atividades com debates no dia 8 de março, as mulheres camponesas em Paulistana devem realizar um ato em praça pública reivindicando melhores condições no semiárido e contra a violência às mulheres. Segundo Maria José, do Movimento de Pequenos Agricultores, na ocasião deve ser colocado o documento das mulheres ao Governo do Estado com reivindicações para medidas estruturais de convivência com o semiárido.

?No dia 8 de março queremos lembrar que as mulheres ainda sofrem com a estiagem e que as medidas emergenciais não estão dando conta. Se medidas estruturais não forem realizadas, virão outras estiagens podendo agravar ainda mais a nossa situação?, diz Maria José.

As mulheres camponesas lembram que até o momento foram perdidas mais de um terço do rebanho piauiense. ?A perca de animais de pequenos porte, principalmente cuidados pelas mulheres, tem significado uma situação cada vez mais difícil para as mulheres darem conta de suas famílias. Esta é uma questão que diz respeito à soberania alimentar?, explica Maria José.

Durante o ato, as mulheres lembrarão a morte de Iones, assassinada ainda em janeiro. Militante do MPA, a morte da agronômica Iones tem articulados lutas em todo o Estado pelo fim da violência contra as mulheres e por maiores aparatos que possam guardar a vida das mulheres no campo e na cidade. Camponesas lembram que Iones, antes de morrer peregrinou em várias instituições do Estado em Teresina, pedindo proteção a ela e sua filha, que sofria por violência doméstica.



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