Garoto barrado por usar cabelo moicano ganha indenização no CE

Adolescente deve receber R$ 3 mil em indenização por “constrangimento”.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um adolescente de Fortaleza ganhou na Justiça direito a indenização de R$ 3 mil por ter sido proibido de entrar na escola usando corte de cabelo "moicano". A decisão da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), publicada na terça-feira (27), condena um colégio particular cearense a pagar ao aluno uma indenização por "constrangimento". A defesa diz que o aluno não entrou na escola por questões disciplinares e não pelo cabelo.

Segundo a ação, em 2004, o estudante vinha sendo repreendido pela coordenação do colégio devido ao seu corte de cabelo. Depois que o garoto foi proibido de ingressar na escola, a família dele resolveu entrar com processo requerendo indenização por danos morais.

Defesa

?Vamos recorrer. Ele foi impedido de entrar por outro motivo?, diz o advogado do colégio, José Milton de Cerqueira. O advogado conta que várias advertências foram feitas ao aluno e que os pais foram chamados ao colégio em mais de uma ocasião. ?Mas ela [a mãe] não compareceu. Foi enviada uma carta informando que o filho não poderia entrar [no colégio] até que fosse lá conversar?, explica o advogado.

De acordo com Cerqueira, na mesma época, outros estudantes usaram o mesmo corte de cabelo. ?O colégio conversou com os pais deles e ficou tudo bem?, pondera. O advogado acrescenta que ?quando a carta foi recebida, em vez de procurar o colégio, [a família] entrou com um processo?.

Processo

Em agosto de 2009, a Justiça de 1º Grau condenou a instituição de ensino a pagar o equivalente a R$ 10 mil. A instituição recorreu da sentença no TJ-CE. Alegou que a atitude foi um ato educacional que poderia ter sido resolvido pelo diálogo entre a família do adolescente e a escola.

Ao analisar o caso, na terça-feira, a 7ª Câmara Cível reformou a decisão de 1º Grau, fixando em R$ 3 mil a indenização a ser paga. "O ente privado pode regulamentar os procedimentos de sua atividade-fim. Tais regras, entretanto, não podem ser irrestritas e devem ser ponderadas", afirmou o relator do processo, desembargador Ernani Barreira Porto. Ainda segundo o relator, a instituição de ensino não pode cometer excessos na autoridade pedagógica.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES