Governo apresenta nesta terça sua proposta de reforma tributária

Projeto será detalhado pelo ministro Paulo Guedes, em reunião com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia

Guedes | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Está prevista para esta terça-feira (21), às 14h30, reunião na presidência do Senado, em que o governo federal apresentará formalmente sua proposta de reforma tributária. O encontro deve reunir o ministro da Economia, Paulo Guedes, o anfitrião, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), bem como parlamentares das duas Casas envolvidos no debate sobre o que tem sido considerada uma das prioridades para o país há pelo menos duas décadas.

O projeto do governo prevê quatro fases, como explicou Paulos Guedes ao R7 neste fim de semana. O governo, no entanto, enviará o texto de forma fracionada, e apenas a primeira fase será oficializada ainda esta semana. O desenho feito pela equipe econômica concentra nesse primeiro momento a unificação de dois impostos, PIS e Cofins. “Vamos começar pelo que nos une", diz Guedes, referindo-se ao que vem publicamente debatido. 

No parlamento, foram apresentadas, em 2019, duas propostas de emenda à Constituição (PEC) com objetivo de aperfeiçoar o Sistema Tributário Nacional (STN). A PEC 110/2019, do Senado, e a PEC 45/2019, da Câmara, começaram a ser mais discutidas no início deste ano, com a criação da Comissão Mista da Reforma Tributária. O colegiado teve suas reuniões interrompidas devido à pandemia de covid-19.

A principal convergência entre as duas PECs é a extinção de diversos tributos que incidem sobre bens e serviços. Eles seriam substituídos por um só imposto sobre valor agregado (IVA).

Na avaliação de Rodrigo Maia, se apenas a proposta do governo tiver condições de avançar para ser votada, já será um progresso: "O importante é que a gente avance e dê melhores condições tributárias para aqueles que querem investir no país", declarou nesta segunda (20). "Vamos retomar o debate em conjunto, que é o melhor caminho para ter uma reforma aprovada no Brasil ainda neste ano, pelo menos em uma das duas Casas", disse. 

“Não adianta termos uma proposta na Câmara e outra no Senado sem ter a participação efetiva do governo; a palavra é conciliação”, disse Alcolumbre, à época da instalação da comissão mista.

No Congresso, a proposta da Câmara de unificação de impostos prevê uma unificação maior. Além de PIS e Cofins seriam incorporados IPI, ICMS e ISS com alíquota de 25%. A crítica a essa proposta é que oneraria o setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB brasileiro.

Já a proposta do governo deixaria o ICMS, ISS e IPI de fora nesta fase. Os Estados que quiserem acabar com o ICMS poderão "acoplar" o novo imposto. Por exemplo, um Estado que queira acabar com o ICMS pagaria um IVA maior, que embutisse as perdas do imposto extinto. Os municípios continuariam com a cobrança do ISS, porque os prefeitos sinalizam preferência por manter a cobrança como é hoje.

Guedes tem falado com secretários de fazendas estaduais sobre o assunto e muitos teriam interesse em aderir ao IVA com ICMS. Já o IPI entraria em uma segunda fase da reforma tributária.  



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES