Governo propõe manter gastos com Educação superiores aos de Defesa

Durante a elaboração, planilhas que previam o contrário geraram reação de especialistas. Texto final, divulgado nesta segunda, prevê R$ 116 bilhões para Defesa e R$ 144 bilhões para Educação.

Avalie a matéria:
Paulo Guedes e Jair Bolsonaro | Marcos Correa/PR
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O governo federal manteve, na projeto de Lei Orçamentária Anual encaminhado ao Congresso nesta segunda-feira (31), previsão de gastos maiores com a educação que com o setor de defesa em 2021.

Segundo a versão final da proposta, em 2021, serão destinados R$ 144,538 bilhões à educação, e R$ 116,127 bilhões à defesa – ambos, valores maiores que os de 2020. Durante a elaboração do texto, o governo chegou a estudar um orçamento maior para defesa que para educação, o que gerou críticas de especialistas.

A proposta divulgada pelo Ministério da Economia nesta segunda indica aumento de R$ 1,178 bilhão para o setor de defesa e de R$ 1,702 bilhão para a educação pública.

Foto: Marcos Correa/PR

Se forem levadas em consideração apenas as despesas discricionárias, ou não obrigatórias, o orçamento do Ministério da Defesa terá alta de R$ 928 milhões em 2021, e o do Ministério da Educação, de R$ 276 milhões.

Ministério da Defesa: orçamento total passa de R$ 114,949 bilhões em 2020 para R$ 116,127 bilhões em 2021. Considerando apenas os gastos discricionários, valor passa de R$ 10,810 bilhões para R$ 11,738 bilhões.

Ministério da Educação: orçamento total passa de R$ 142,836 bilhões em 2020 para R$ 144,538 bilhões em 2021. Considerando apenas os gastos discricionários, valor passa de R$ 19,679 bilhões para R$ 19,955 bilhões.

Quando a versão preliminar foi divulgada, com mais dinheiro para a defesa que para a educação, o Ministério da Economia afirmou que as solicitações de expansão de limites demandadas pelos órgãos ainda seriam analisadas e submetidas à decisão da Junta de Execução Orçamentária.

Portanto, conforme a pasta, naquele momento não era possível informar os valores limites finais das despesas dos órgãos que constariam do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.

Se a comparação for feita entre os dois projetos de Lei Orçamentária – ou seja, entre as previsões do governo para o orçamento de cada ano –, a proposta para verbas discricionárias do Ministério da Defesa aumentou R$ 1,633 bilhão, e a do Ministério da Defesa caiu em R$ 1,882 bilhão.

Fundeb

Segundo o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, o orçamento da Educação de 2021 já prevê a complementação que a União deve fazer para o Fundeb – fundo que financia a educação básica.

No orçamento, há previsão de R$ 19,604 bilhões para essa complementação.

Aumento e queda de recursos

De acordo com dados do Ministério da Economia, o órgão com maior aumento de receitas será o Ministério de Minas e Energia.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2021, divulgado nesta segunda, prevê um aumento de 401% no orçamento para despesas não obrigatórias. O valor passou de R$ 1,011 bilhão, na previsão de 2020, para R$ 5,067 bilhões em 2021.

O valor disponível para o Ministério de Minas e Energia, segundo o secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, deve-se ao valor de R$ 4 bilhões previstos para a capitalização da Eletrobras Eletronuclear e de Itaipu.

Confira, abaixo, a variação dos orçamentos previstos para os principais órgãos da União, na comparação com o projeto de Lei Orçamentária enviado há um ano:

Advocacia-Geral da União: de R$ 450 milhões em 2020 para R$ 462 bilhões em 2021 (aumento de 2,6%);

Agricultura, Pecuária e Abastecimento: de R$ 2,074 bilhões em 2020 para R$ 2,417 bilhões em 2021 (aumento de 16,53%);

Cidadania: de R$ 2,911 bilhões em 2020 para R$ 2,417 bilhões em 2021 (queda de 17%);

Ciência e Tecnologia: de R$ 3,78 bilhões em 2020 para R$ 2,735 bilhões em 2021 (queda de 27,7%);

Comunicações: o ministério não existia em 2020 e terá 1,577 bilhões em 2021;

Controladoria-Geral da União: de R$ 110 milhões em 2020 para R$ 102,6 milhões em 2021 (queda de 6,72%);

Defesa: de R$ 10,105 bilhões em 2020 para 11,738 bilhões em 2021 (aumento de 16,16%);

Desenvolvimento Regional: de R$ 6,575 bilhões em 2020 para R$ 6,250 bilhões em 2021 (queda de 5%);

Economia: de R$ 10,904 bilhões em 2020 para R$ 12,983 bilhões em 2021 (aumento de 19%);

Educação: de R$ 21,837 bilhões em 2020 para R$ 19,955 bilhões em 2021 (queda de 8,61%);

Infraestrutura: de R$ 7,937 bilhões em 2020 para R$ 8,176 bilhões em 2021 (aumento de 3%);

Justiça e Segurança Pública: de R$ 3,950 bilhões em 2020 para R$ 2,678 bilhões em 2021 (queda de 32,2%);

Meio Ambiente: de R$ 561 milhões em 2020 para R$ 534 milhões em 2021 (queda de 4,8%);

Minas e Energia: de R$ 1,011 bilhão em 2020 para R$ 5,067 bilhões em 2021 (aumento de 401%);

Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: de R$ 220,4 milhões em 2020 para R$ 220,6 milhões em 2021 (estável);

Presidência da República: de R$ 968,1 milhões em 2020 para R$ 392 milhões em 2021 (queda de 59,5%);

Relações Exteriores: de R$ 1,499 bilhão em 2020 para R$ 1,783 bilhão em 2021 (aumento de 18,94%);

Saúde: de R$ 18,606 bilhões em 2020 para R$ 16,348 bilhões em 2021 (queda de 12,13%);

Turismo: de R$ 668,1 milhões em 2020 para R$ 661,2 milhões em 2021 (queda de 1%);

Vice-Presidência: de R$ 7,6 milhões em 2020 para R$ 6,5 milhões em 2021 (queda de 14,5%).



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES