Imigrantes dizem que colisão causou naufrágio; promotoria culpa capitão

A promotoria de Catânia, na Itália, confirmou que o capitão provocou a tragédia por causa de erros de manobras e o excesso de peso da embarcação

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Vários sobreviventes do naufrágio do último domingo (19) no litoral da Líbia afirmaram que a causa do acidente foi a colisão do navio pesqueiro no qual viajavam clandestinamente com a embarcação mercante portuguesa enviada para socorrê-los em alto-mar.

A promotoria de Catânia, na Itália, confirmou que o capitão provocou a tragédia por causa de erros de manobras e o excesso de peso da embarcação. A promotoria afirmou que o naufrágio ocorreu após a colisão com o pesqueiro, que não teve culpa no acidente.

"Por um lado, as manobras equivocadas decididas pelo comandante do barco que, em uma tentativa de abordar o cargueiro, provocou a colisão com esta embarcação maior", afirmou a fonte. "Por outro lado, o excesso de passageiros do barco, que perdeu o equilíbrio por causa dessas manobras equivocadas e pelo deslocamento dos imigrantes a bordo", acrescentou.

De acordo com depoimentos de pessoas que escaparam da tragédia, o capitão do barco deixou de conduzi-la para se esconder entre os imigrantes no momento no qual o navio "King Jacob", de pavilhão luso, chegava próximo ao pesqueiro, informou a imprensa local.

Isso provocou uma colisão entre as duas embarcações, ocasionando o naufrágio.

A Promotoria de Catânia, no sul da Itália, disse nesta terça que 850 pessoas estavam a bordo da embarcação, e avaliou que o número de mortos é de "algumas centenas" de pessoas.

Além disso, disse que "o exíguo número de sobreviventes (28) pode ser resultado do fato de que muitos imigrantes, entre eles mulheres e crianças, encontravam-se presos nos porões do barco".

Presos

Tanto o capitão do navio que levava os imigrantes, de nacionalidade tunisiana, como seu assistente sírio sobreviveram ao acidente e chegaram ontem junto com outros 25 resgatados ao porto italiano de Catânia, no sul da Itália.

Ambos foram presos pelas autoridades italianas, acusados de pertencerem a uma rede de tráfico de pessoas, homicídio múltiplo culposo e incentivo à imigração ilegal.

Os procuradores mantêm abertas duas linhas de investigação: uma tenta identificar a organização que transporta os imigrantes pelo Mediterrâneo, enquanto a outra pretende esclarecer as causas do desastre.

De acordo com a Guarda Costeira italiana há 28 sobreviventes da tragédia e 24 corpos das vítimas foram recuperados no mar. Todos foram levados ao porto de Valletta, em Malta.

Os próprios sobreviventes disseram que viajavam no navio entre 700 e 950 pessoas. Confirmados os números, esta será a maior catástrofe do tipo em águas do Mediterrâneo.



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