Inflação se espalha e afeta 8 em cada 10 itens pesquisados pelo IBGE

Índice de difusão saltou para 78,7%, maior patamar já registrado para meses de abril e maior nível desde fevereiro de 2003

Inflação se espalha e afeta 8 em cada 10 itens pesquisados pelo IBGE | Ascom
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A inflação segue sem dar trégua no país e passou a afetar uma quantidade maior de preços. O índice de difusão da inflação, que mede a quantidade de produtos e serviços que subiram no mês em relação ao total de itens pesquisado pelo IBGE, saltou para 78,7% em abril, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15, que é considerado a prévia da inflação oficial do país. As informações são do Portal g1.

Isso significa que praticamente 8 em cada 10 itens pesquisados ficaram mais caros.

Levantamento do Banco Modal, a partir da série histórica do IPCA-15, mostra que o índice de difusão foi o maior já registrado para meses de abril e o mais elevado para um mês desde fevereiro de 2003, quando ficou em 78,9%.

Em abril do ano passado, estava em 61%. Em dezembro de 2021 ainda estava abaixo de 70% e, em março deste ano, chegou a 75,5%.

"Mais do que refletir a escalada dos preços, o indicador revela que a inflação está mais espalhada. "Um índice de difusão maior representa que o processo inflacionário está mais disseminado, dificultando o seu controle", explica Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Modal.

Ou seja, as altas que eram mais pontuais ou concentradas em alguns grupos ou "vilões" ganharam um efeito dominó e estão sendo transmitidas para o conjunto geral de preços.

Dos 367 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, 289 ficaram mais caros em abril. 

O resultado da inflação oficial de abril será divulgado pelo IBGE no dia 11. Puxada pela alta dos combustíveis, a prévia da inflação registrou a maior alta para o mês desde 1995, com a taxa no acumulado em 12 meses chegando a 12%. Já são 8 meses seguidos com a inflação anual acima dois dígitos.

Índices de difusão acima de 75% costumam ser raros. O levantamento do Modal mostra que, desde o final de 1999, taxas nesse patamar só foram registradas 11 vezes. O pico histórico foi registrado em dezembro de 2002 (86,7%).

O especialista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) explica que a inflação tem se sustentado em patamares mais elevados em meio aos choques provocados pela pandemia de coronavírus e pela guerra na Ucrânia.

 Inflação vai dar trégua?

O Itaú, por exemplo, projeta IPCA de 1,01% em abril, recuando para 0,29% em maio e passando para 0,46% em junho.

Apesar da inflação persistente e mais espalhada, a expectativa dos analistas é que ela apresente alguma desaceleração a partir dos próximos meses.

Entre os fatores que devem contribuir para uma menor pressão inflacionária está o fim da bandeira tarifária escassez hídrica e início de bandeira verde, o que tende a baratear ao menos temporariamente o custo da energia elétrica e atenuar os reajustes nas contas de luz.

"Outro fator importante é que os preços dos combustíveis estão mais estáveis. A gasolina e o diesel não estão no radar com tendência de alta. Isso vai fazer com a que a participação deles na inflação também desacelere um pouco. Com isso, a expectativa é que o índice de difusão também deve ceder um pouco", avalia Braz. 

Para tentar frear a inflação, o Banco Central tem elevado a taxa básica de juros, que está atualmente em 11,75% e deve subir novamente nesta semana. O mercado projeta a Selic chegando a 13,25% ao ano no final de 2022.  



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES