Influenciadora faz sucesso ao mostrar cotidiano em lixão de São Paulo

Em entrevista para o programa Notícias da Boa, apresentado pela jornalista Cinthia Lages, a catadora Roseli falou sobre as questões sociais por trás do seu trabalho

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No dia a dia do trabalho com reciclagem em Miracatu, no interior de São Paulo, o sorriso de Roseli Ferreira Alves se sobressai no cenário de um lixão. De forma bem humorada, ela transforma em conteúdo para redes sociais os "achados" de seu trabalho como catadora.

O conteúdo é incomum e traz um retrato da desigualdade social e do desperdício de alimentos. Esses “achados” de Roseli são brinquedos novos, roupas com etiquetas, acessórios, cosméticos e alimentos que poderiam ser reaproveitados.

Em entrevista para o programa Notícias da Boa, apresentado pela jornalista Cinthia Lages, a catadora Roseli falou sobre as questões sociais por trás do trabalho e o impacto das redes sociais em sua vida. Aos 39 anos, ela é mãe solo de quatro filhos e já acumula quase 2 milhões de seguidores em diferentes redes sociais.

Influenciadora faz sucesso ao mostrar cotidiano em lixão de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Jornal)

“Desde a infância, eu já mexia no lixo. Saía de casa e achava roupas e sapatos no lixão. Quando eu me casei, passei a viver do lixo e depois passei a sustentar os meus filhos com o lixão. Hoje, chego 9h da manhã e saio 16h do trabalho, pego dois caminhões de lixo”, relatou a catadora.

Dos quatro filhos de Roseli, três também trabalham com reciclagem e auxiliam a mãe na produção de conteúdos para cinco plataformas digitais. Apenas no Instagram e no Tik Tok, são mais de 1 milhão e 600 mil seguidores. O engajamento de usuários proporcionou a ela uma fonte de renda que está ajudando na reforma de sua casa.

"Entrar nas redes sociais foi como uma brincadeira, eu pensei: ‘acho que vou mostrar o que eu faço’. Mostrei e, do nada, disparou. Foi um monte de pessoas me seguindo e pedindo para eu mostrar o que eu encontrava no lixão”, falou.

Nos vídeos protagonizados por Roseli, materiais como roupas e cosméticos encontrados em boas condições já ganham “donos”. No Notícias da Boa, ela disse que costuma doar o que encontra para familiares, amigos e até vizinhos.

“Tem gente que não tem dinheiro para comprar um perfuminho. Eu, quando acho algum no lixo, entrego para parentes, vizinhos, conhecidos. Muita gente não tem dinheiro para comprar nada do que eu encontro no lixo”, falou.

Em casa, Roseli adota práticas que vão de encontro com desperdício e descarte irregular de lixo que ela se depara diariamente. Roupas que já não servem para ela ou para os filhos, são devidamente doadas. “Não gosto de desperdício na minha casa. Se as roupas dos meus filhos não servem mais, nós doamos para quem mais precisa. Eu não tenho vergonha de doar uma roupa velha, pois sempre tem alguém que está precisando”, comentou.

Roseli Ferreira se descreve como uma pessoa feliz e de “bem com vida”,mas, para ela, essa felicidade estaria mais completa se as pessoas contribuíssem com o trabalho dos catadores. “Faça o descarte do lixo direitinho e doe roupas e alimentos para quem mais precisa. Não fique com medo ou vergonha de doar algo para alguém”, frisou.



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