Anos após abusar de aluna e neta, professor é condenado na Austrália

Ninguém duvidava da conduta de Alexander Ian McCooke, conhecido e respeitado membro da sociedade

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Numa escola primária do oeste da Austrália, uma menina de oito anos de idade foi forçada a se deitar nos colchonetes que as crianças utilizavam para brincar, espalhados no fundo de uma das salas de aula. Era hora do recreio e os outros alunos se divertiam no pátio. Catherine* estava chorando, mas o professor não se comoveu. "Fique quieta. Pare de agir como um bebê", disse o homem.

Primeiro, Alexander Ian McCooke tirou as calças e as calcinhas da menina. Depois, tirou suas cuecas e se deitou sobre o corpo miúdo da garota, penetrando-a. A dor foi intensa. "Não se preocupe: só dói da primeira vez", consolou o professor. Sentindo-se enjoada, Catherine caminhou com dificuldades até o banheiro da escola. Lá, descobriu sangue na sua roupa de baixo.

Na segunda vez, o professor deitou a menina em cima de uma carteira escolar. Catherine gritou e o homem cobriu sua boca com uma das mãos. "Seja crescida. Isso é o que as garotas maiores fazem", falou Alexander. Ali, em cima da mesinha da sala de aula, o professor violentou novamente a criança.

O tormento de Catherine começou um ano antes. Ela brincava no pátio da escola, quando decidiu entrar em um túnel de cimento do playground. O professor apareceu do outro lado, se agachou e caminhou em direção à garota. Não havia nenhum outro aluno em volta. Alexander, então, esfregou suas mãos na vagina da criança, por cima do shorts. "Não conte para ninguém", alertou o professor. O abuso durou entre janeiro de 1997 e setembro de 1998. Ele já tinha 54 anos.

Alexander Ian McCooke também tocou Catherine no banheiro do colégio e por baixo da carteira escolar. Enquanto fingia observar seu caderno, metia a mão por dentro de sua saia. Muitas vezes, o professor chamou a menina durante o recreio. Numa ocasião, Catherine tinha se machucado e havia sangue no seu nariz. O professor levou a garota para limpar o ferimento, lhe deu lenços de papel e lhe disse para tirar a camiseta, para não manchar de sangue. Ela obedeceu. O homem, então, tirou as próprias calças, pegou a mão da menina e colocou sobre seu pênis. As lágrimas já escorriam dos olhos de Catherine quando ela foi forçada a se deitar. Enquanto enfiava o dedo na vagina da garota, o professor se masturbava. Alexander Ian McCooke ejaculou em cima dela.

No final de 1998, Catherine mudou de colégio e o professor foi afastado por "ineficiência", depois que a escola recebeu reclamações de alguns pais. Foi então que Alexander decidiu concretizar suas fantasias sexuais com a neta. Jules* tinha apenas quatro anos de idade quando a violência começou. A menina ainda estava no jardim de infância e teria que conviver com a dor do abuso durante três anos.

Logo após a separação dos pais, Jules foi morar com os avós. A esposa de Alexander trabalhava em horário integral e ele tinha empregos esporádicos. Assim, era responsável pelos cuidados com a criança na maior parte do tempo. Em certas ocasiões, a menina ia com o avô para o trabalho.

Certo dia, o ex-professor foi chamado para um serviço no clube de boliche da cidade. O furgão ficou estacionado no pátio do clube. Terminada a tarefa, o avô chamou Jules para entrar na parte de trás do furgão. "Quero brincar com você", disse. A garota obedeceu. O abuso começou com uma "brincadeira de cócegas". Ele, então, baixou as calças e pediu à menina para que mexesse seu pênis para cima e para baixo. Alexander ejaculou nas mãos da criança.

Muitas vezes, a violência ocorria dentro de casa. Um dia, no quarto, os dois estavam deitados na cama. Sem roupa, Alexander ordenou à menina que o masturbasse. Ela não gostou, mas ele rebateu: "isso é o que as netinhas fazem para os avôs". Com o passar do tempo, o abuso foi agravando. O ex-professor passou a querer que a menina praticasse felação. "Use sua boca para chupar", comandou. A criança obedeceu.

Alexander também decidiu "ensinar sexo à neta". "É como um quebra-cabeças. Temos que tentar colocar as peças juntas", explicou o homem. Ele mandou que ela se deitasse, se posicionou por cima da garota e enfiou a ponta do pênis na vagina da menina. Ela reclamou da dor e, de novo, o ex-professor argumentou: "é comum doer da primeira vez mas, normalmente, entra tudo".

No ano passado, já com 20 anos, Jules gravou uma conversa com o avô, que reagiu. "Você me pedia para tocar você regularmente. E você também se tocava frequentemente", declarou o homem. No jardim de infância, a menina foi vista coçando seus genitais, que estariam inflamados. A avó, Marie McCooke, tratou a menina com uma pomada, mas considerou o comportamento como sexual. Para a esposa de Alexander, Jules "se masturbava". Em março de 2012, a jovem finalmente denunciou o avô.

Catherine ? hoje com 24 anos ? já havia feito isso alguns anos antes, mas a acusação foi arquivada pela polícia, sem investigação. Aos 70 anos de idade, o ex-professor foi finalmente condenado a 12 anos de prisão, com direito à liberdade condicional a partir do cumprimento de dez anos da pena. "Você se aproveitou da confiança que as crianças tinham em você. Você acabou com a inocência das meninas e com sua auto-estima, e tirou delas a possibilidade de uma infância normal", declarou o juiz John Staude, do Tribunal de Justiça do Estado de Western Australia.

A idade avançada influenciou na sentença, mas o juiz considerou um agravante a profissão do acusado. "Você estava numa posição de autoridade em relação à criança (Catherine); assim, você poderia esperar que ela fizesse o que você mandava, incluindo não contar a ninguém. A menina confiava em você e, como seu professor, ela naturalmente ia querer agradá-lo", analisou o juiz. E acrescentou: "você cometeu um crime na condição de professor primário, dentro da escola, afetando a confiança do público numa profissão que você desgraçou e da qual jamais deveria ter feito parte".

Durante o julgamento, o juiz recebeu cartas de referência de vizinhos e amigos do ex-professor. Quando não abusava de crianças, Alexander Ian McCooke era um integrante respeitado da comunidade. Casado há 48 anos, pai de três filhos e com 13 netos, ele "não tinha ficha criminal relevante", revela a sentença. Depois de deixar a escola, McCooke trabalhou como gerente de resort, motorista de ônibus e caminhão, e também numa fazenda. "Você estava envolvido nas questões da comunidade, onde tem muitos amigos. Também foi membro ativo de vários clubes esportivos. As pessoas têm ? ou tinham ? muita consideração por você", comentou Staude.



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