Ataque deixa mais de 16 mortos no Afeganistão

Talibãs haviam feito ameaças para tentar atrapalhar votação.

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Dados preliminares mostraram que 3,6 milhões de votos foram contabilizados nas eleições parlamentares no Afeganistão neste sábado (18), segundo autoridades. O pleito foi marcado por preocupações sobre segurança e fraudes. Ataques terroristas por todo o país deixaram entre dez e 16 vítimas, segundo as agências de notícias.

O número de votos representa cerca de 40% dos votos máximos possíveis em todas as zonas eleitorais, mas 1.561 centros de votação, dos 6.835 planejados, não puderam ser abertos por temores sobre segurança.

Os talibãs ameaçaram na quinta-feira executar ataques durante a votação, em particular contra as forças de segurança e os funcionários que trabalham nos locais de votação. Também defenderam o boicote às eleições e convocaram a "guerra santa e resistência" contra os "invasores estrangeiros".

O presidente Hamid Karzai, no entanto, pediu aos afegãos que não deixassem de votar. "Tenho a esperança de que nosso povo, em todos os cantos do país, em todas as cidades e em todas as províncias, vá aos centros eleitorais para votar por seus candidatos preferidos, para que seu voto conduza a uma maior estabilidade do país", declarou.

A campanha eleitoral foi paralela à da intimidação. Pelo menos três candidatos foram mortos nas últimas semanas e dezenas de ataques foram cometidos contra simpatizantes de diversas correntes políticas.

Os civis são as principais vítimas do conflito, enquanto as forças internacionais já registraram mais de 500 mortos desde o início do ano, contra 521 em todo 2009. O panorama da violência não mudou, apesar do envio nos últimos meses de 30.000 soldados adicionais por Washington.

"As eleições não serão perfeitas, mas tenho certeza que serão melhores que as do ano passado", disse Staffan de Mistura, representante especial da ONU no Afeganistão.

A poucos dias das eleições, 3.000 títulos eleitorais falsos, produzidos no Paquistão, foram apreendidos na província de Ghazni. Para tentar evitar fraudes, os eleitores terão que marcar o dedo com tinta indelével.

No total, 270.000 observadores afegãos e estrangeiros vão supervisionar a votação, enquanto a segurança ficará a cargo de 400.000 soldados do país e internacionais.

Os resultados oficiais definitivos devem ser divulgados apenas no dia 31 de outubro.

A Assembleia afegã reúne um conjunto variado de políticos, de antigos senhores da guerra da resistência à URSS e seus ex-adversários comunistas, passando por tecnocratas formados no Ocidente e personalidades da sociedade civil.

Apesar de ser considerada uma instituição sem muitos poderes, que apenas registraria as decisões do Executivo, a Assembleia vetou em várias ocasiões nos últimos meses os ministros propostos pelo presidente Karzai.

Mais de 2.500 candidatos disputam as 249 cadeiras da Wolesi Jirga, a câmara baixa do Parlamento, nessas segundas eleições legislativas por voto realizadas desde a queda dos talibãs.

Mais de 10,5 milhões de eleitores estão habilitados a votar, mas calculava-se que 15% dos centros eleitorais não abriria por causa da falta de segurança nas zonas com intensa atividade insurgente.



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