Atirador diz que agiu sozinho em três ataques e adia rendição, afirma procurador

“Ele não manifesta arrependimento algum”, a não ser por “não ter feito mais vítimas”, disse procurador

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Unidade especial da polícia francesa participação da operação para deter o suspeito | Divulgação
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O suposto assassino de Toulouse e de Montauban, que está entrincheirado em um prédio, falou que vai se render nesta quarta-feira "no final da tarde" e reivindicou os três ataques nos quais disse ter agido "sozinho", declarou o procurador de Paris, François Molins.

"Ele não manifesta arrependimento algum", a não ser por "não ter feito mais vítimas", e se vangloria de ter "colocado a França de joelhos", acrescentou o procurador em uma entrevista coletiva à imprensa. Merah é uma pessoa "extremamente violenta" que pode permanecer sozinha por períodos prolongados.

O procurador informou que Merah planejava atacar outro soldado e dois policiais, "particularmente conhecidos na comunidade" de Toulouse, nesta quarta-feira.

A Raid (unidade de elite da polícia) realizou nesta quarta "várias tentativas de entrar" no apartamento de Toulouse no qual está entrincheirado Mohamed Merah e foi atacada a tiros a cada tentativa, acrescentou o procurador durante uma entrevista coletiva à imprensa.

Molins também afirmou que o suspeito foi treinado pela Al-Qaeda no Waziristão, província paquistanesa, e visitou o Paquistão duas vezes. No entanto, disse que aparentemente ele "não pode ser ligado a uma organização estruturada".

Série de ataques

No dia 11 de março, um homem matou um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha - matando dois e ferindo um gravemente.

As autoridades francesas deflagraram na terça-feira uma corrida contra o relógio para deter o assassino, a partir de informações preliminares obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março. Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.

No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido. A cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado.

No início da operação desta quarta-feira, três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas.

O suspeito

Fontes ligadas à investigação afirmaram que o suspeito é Mohammed Merah, de nacionalidade francesa e de origem argelina. Ele já teria sido detido em Kandahar, reduto dos talibãs no Afeganistão, por crimes comuns, segundo outra fonte ligada ao caso.

Segundo Guéant, o homem cercado pela polícia "tem vínculos com salafistas e jihadistas e viajou ao Paquistão e ao Afeganistão". "Ele afirma pertencer à Al-Qaeda e que quer vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês", diz o ministro. O irmão e a irmã do jovem participavam do mesmo movimento, mas são menos violentos e não viajaram à fronteira entre Paquistão e Afeganistão.

"A polícia está certa de que ele é o autor do massacre: um jovem de 23 anos conhecido pelos serviços de informação franceses, que comprovaram seu envolvimento na série de assassinatos em Toulouse", destacou o ministro.

O suspeito "faz parte deste pessoal que volta das zonas de combate e que sempre é fonte de preocupação para os serviços de inteligência", revelou uma fonte ligada à investigação. O ministro Guéant afirmou que o homem era investigado pela inteligência francesa há "vários anos".

Os serviços de informação ocidentais estavam em alerta sobre uma dezena de jovens procedentes das zonas conflitivas da fronteira entre Paquistão e Afeganistão, incluindo alguns que seguiram para a França. O jovem era investigado pela DCRI (Direção Central de Informação Interna), junto a outros, desde os primeiros ataques, em Toulouse e Montauban.

Guéant confirmou que o suspeito foi encontrado graças à internet e às conexões que manteve com sua primeira vítima, um soldado que postara uma mensagem na rede para vender uma motocicleta. A emissora de televisão francesa BFM indicou que o jovem utilizou o computador de seu irmão para entrar em contato com o militar. Guéant, por sua vez, assinalou que o irmão foi detido na madrugada desta quarta-feira.



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