Bento XVI usa marcapasso, mas sua saúde é boa, diz porta-voz

Cirurgia há 3 meses não influiu na decisão dele sair, diz Federico Lombardi.

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O Papa Bento XVI lê nesta segunda-feira (11) o anúncio de sua renúncia, durante reunião de cardeais no Vaticano. | AP
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O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse nesta terça-feira (12) que o Papa Bento XVI, que anunciou na véspera que vai renunciar, está usando um marcapasso cardíaco "há algum tempo", mas que seu estado de saúde é bom e que ele estava "lúcido e sereno" quando tomou a histórica decisão de encerrar precocemente seu pontificado.

Bento XVI anunciou a renúncia pessoalmente, falando em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano, na segunda-feira. O conclave de cardeais deve escolher o novo Papa até a Páscoa, prevê o Vaticano.

O padre Lombardi disse que as baterias do marcapasso foram trocadas há três meses, em uma intervenção pequena, mas que isso não influiu na decisão da renúncia papal.

"Isso não influiu na decisão, as razões estavam na sua percepção de que sua força tinha diminuído com a idade avançada", disse.

A informação sobre o marcapasso papal, que não era de conhecimento público, havia sido adiantada pelo jornal italiano "Il Sole 24 Ore".

Lombardi também confirmou informação dada na véspera, de que Bento XVI vai manter a agenda de trabalho até dia 28, quando vai renunciar.

Isso inclui uma audiência com o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, no próximo sábado (16).

O Papa ainda celebrará duas audiências públicas, nesta quarta (12), e em 27 de fevereiro.

A do dia 27 será na Praça de São Pedro, no Vaticano, para permitir que os fiéis possam assisti-la e se despedir do Papa.

O porta-voz também reafirmou que Bento XVI não vai interferir na escolha de seu sucessor, deixando os cardeais livres para decidirem. Federico disse que, após a renúncia, Bento XVI não terá nenhum papel na chefia da Igreja Católica.

Renúncia

O surpreendente discurso foi feito entre as 11h30 e 11h40 locais (8h30 e 8h40 do horário brasileiro de verão), segundo o Vaticano.

A Santa Sé anunciou que o papado, exercido pelo teólogo alemão desde 2005, vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido, o que se espera que ocorra "o mais rápido possível" e até a Páscoa, segundo o porta-voz Federico Lombardi.

Em comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo.

O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motívo da renúncia.

O pontífice afirmou que está "totalmente consciente" da gravidade de seu gesto.

"Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro", disse Joseph Ratzinger.

Na véspera, Bento XVI escreveu em sua conta no Twitter: "Devemos confiar no maravilhoso poder da misericórdia de Deus. Somos todos pecadores, mas Sua graça nos transforma e renova".

Sucessor de João Paulo II, Bento XVI havia assumido o papado em 19 de abril de 2005, com 78 anos.

O Vaticano afirmou que a renúncia vai se formalizar às 20h locais de 28 de fevereiro (17h do horário brasileiro de verão), uma quinta-feira.

Até lá, o Papa estará "totalmente encarregado" dos assuntos da igreja e irá cumprir os compromissos já agendados, segundo a Santa Sé.

O novo Papa será escolhido pelo conclave de cardeais, como de costume.



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