Camareira dá entrevista e diz que quer ver Strauss-Kahn na prisão

Guineana, que acusa ex-chefe do FMI de abuso, fala à revista “Newsweek”.

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A guineana que acusa o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, de abuso sexual em um hotel de Manhattan deu sua primeira entrevista pública para limpar seu nome, informou neste domingo (24) a imprensa americana.

"Por sua culpa me chamam de prostituta", declarou a mulher à revista americana "Newsweek". "Quero que ele vá para a prisão. Quero que ele vá para algum lugar onde não se possa usar o poder nem o dinheiro", disse.

A mulher também deverá aparecer no programa "Good Morning América" na manhã de segunda-feira, exatamente uma semana antes de Strauss-Kahn voltar à corte em Nova York para a segunda audiência sobre as sete denúncias de tentativa de estupro e agressão sexual.

Strauss-Kahn, um político francês que chegou a ser um grande aspirante a converter-se no próximo presidente de França, nega todas as acusações em relação ao incidente do dia 14 de maio na luxuosa suíte do hotel Sofitel.

A mulher estava trabalhando como camareira no hotel quando, segundo disse, foi atacada na suíte presidencial do 28º andar.

Os advogados de Strauss-Kahn disseram neste domingo que a suposta vítima está tentando "inflamar a opinião pública" com estas entrevistas e criticaram os advogados da acusadora.

"Este comportamento por parte dos advogados não é profissional e viola as regras fundamentais do comportamento profissional dos advogados", afirmaram em um comunicado.

"O objetivo evidente deste comportamento é inflamar a opinião pública contra o acusado no caso penal em curso", disseram.

Segundo a entrevista ao Newsweek, ao entrar na suíte a camareira disse em voz alta: "Olá, serviço de quarto", e logo apareceu um homem desnudo de cabelo grisalho.

"Oh, meus Deus", disse ela. "Sinto muito!". E virou-se para sair.

"Não tem que se desculpar", teria replicado Strauss-Kahn, a quem ela descreve como parecendo "um louco".

A empregada agregou que o homem tentou agarrar seus seios e fechou a porta da suíte com força. Depois disso, ela descreveu o que aconteceu na suíte.

Os advogados de Strauss-Kahn, no entanto, acusam a equipe de advogados da camareira de estarem "orquestrando um número sem precedentes de eventos midiáticos e manifestações para pressionar aos fiscais neste caso".

"Seus advogados sabem que o pedido de indenização é rebaixado quando as acusações penais perdem crédito, como de fato devem perder".

Reviravolta

No último dia 1º, o juiz Michael Obus ordenou que o ex-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn fosse libertado da prisão domiciliar que cumpria em Nova York.

O juiz, durante audiência do caso, também decidiu devolver a fiança, no valor total de US$ 6 milhões, mas manteve retidos os documentos de viagem do francês.

A suposta vítima da agressão sexual pelo ex-chefe do FMI deu um falso testemunho no tribunal, omitindo o fato de que limpou outro quarto antes de transmitir aos supervisores do hotel sua denúncia de ter sido atacada, revelaram, no mesmo dia, os promotores do caso.

Inicialmente, ela havia dito que, após o ataque, saiu do quarto 2.086 para o corredor, esperou o francês ir embora e denunciou o caso a seus supervisores.

"A autora da queixa desde então admitiu que este testemunho era falso e que, após o incidente no quarto 2.086, procedeu a limpar um quarto próximo e depois voltou ao quarto 2.086 e começou a limpá-lo antes de reportar o incidente a seus supervisores", relataram os promotores, segundo documentos do tribunal.

Na véspera, o "New York Times" afirmou que a ação penal contra Strauss-Kahn estava a ponto de cair.

Segundo o diário, que citou fontes próximas à investigação, os promotores tinham dúvidas sobre o testemunho da suposta vítima.

Strauss-Kahn, de nacionalidade francesa, sempre negou as acusações de estupro e agressão sexual contra a camareira.



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