Comboio humanitário é atacado depois da autorização do Exército, diz ONU

Mesmo após ter sido autorizado pelo Exército israelense, um comboio da Organização das Nações Unidas (ONU) que levava suprimentos alimentares no centro da Faixa de Gaza, segundo documentos da Organização das Nações Unidas (ONU), foi atacado por forças de Israel.

Segundo um relatório interno feitoUNRWA, a agência de ajuda humanitária da ONU na Faixa de Gaza, o caminhão estava parado em um ponto de retenção das Forças Armadas de Israel quando foi alvo de disparos. Apesar de não terem ocorrido feridos, grande parte dos suprimentos foi destruída.

O comboio seguia pela estrada al-Rashid, a principal rota permitida pelo Exército israelense para ajuda humanitária desde janeiro. Após ficar parado por mais de uma hora em um ponto de retenção militar, o caminhão foi atingido por tiros às 5h35.

Antes de partir, a saída do comboio foi comunicada ao Exército, como de praxe, com as coordenadas e a rota compartilhadas com o governo de Israel para garantir a segurança da assistência humanitária.

Juliette Touma, diretora global de comunicações da UNRWA, criticou a situação na Faixa de Gaza, descrevendo-a como um dos lugares mais perigosos para trabalhar com ajuda humanitária. Ela observou que as equipes muitas vezes são obrigadas a entregar assistência sob fogo.

Após o ataque, a UNRWA decidiu suspender o envio de comboios para o norte da Faixa de Gaza, onde residem mais de dois milhões de pessoas. Desde 23 de janeiro, a agência não conseguiu fazer entregas de alimentos na região. Metade das missões de ajuda da UNRWA para o norte de Gaza foram negadas desde o início do ano, e outras rotas se tornaram intransitáveis devido a detritos e crateras.

Em resposta ao incidente, o Programa Mundial de Alimentos anunciou a interrupção das missões para o norte do território palestino até que as condições permitam distribuições seguras. O Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou o ataque como "inaceitável" e enfatizou a necessidade de garantir que a assistência humanitária chegue aos civis de Gaza e que os trabalhadores humanitários possam distribuí-la com segurança.