Confrontos deixam um morto e 400 feridos no Cairo, diz governo

Presidente rejeita pressão internacional e diz que não faz transição agora

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Em camelo, manifestante pró-Mubarak | AP
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Os confrontos de rua no Cairo entre opositores e partidário do presidente do Egito, Hosni Mubarak, deixaram um morto e 403 feridos, segundo estimativa divulgada na noite desta quarta-feira (2) pelo Ministério da Saúde.

O morto é um militar que caiu de uma ponte, segundo Abderaman Shahine, porta-voz do ministério. Não há feridos a bala.

Fontes médicas ouvidas pela France Presse dizem que mais de 500 pessoas se machucaram.

Os embates intensificavam-se ao cair da noite.

Gás lacrimogêneo era lançado contra os manifestantes, e dois coquetéis molotov teriam atingido o Museu do Cairo, que fica na praça, mas sem provocar dano.

Vários lideres, Barack Obama à frente, pediram ao contestado Mubarak que comece já a transmitir o poder, após nove dias de violentos protestos populares.

Mas a chancelaria do Egito rejeitou o apelo, afirmando que seu objetivo é "inflamar a situação interna do Egito".

Os confrontos na Praça Tahrir começaram cedo. Os grupos de oponentes agrediram-se com paus e jogaram pedras uns nos outros na praça, foco do movimento antigoverno dos últimos dias, sob os olhares dos militares, que não interferiram a princípio.

Partidários de Mubarak partiram com cavalos e camelos contra os oposicionistas, antes de terem sido obrigados a desmontar, segundo testemunhas.

A oposição acusou policiais de terem se infiltrado no local, rompendo o cerco dos militares, disfarçados de partidários do governo, neste que é o nono dia de protestos contra o regime de Mubarak. Na TV estatal, o Ministério do Interior negou a acusação.

Oposicionistas disseram que, apesar do confronto, não deixariam a praça, em que estão acampados nos últimos dias.

Militares usavam alto falantes para pedir calma aos dois lados, segundo imagens mostradas pela rede Al Jazeera. Tiros foram disparados para o alto, segundo testemunhas.

O líder oposicionista Mohamed ElBaradei afirmou que o confronto é uma "tática de intimidação" do governo e disse temer um "banho de sangue". Ele também pediu a intervenção do Exército.

Os nove dias de protestos já deixaram mais de 100 mortos, segundo estimativas. De acordo com o Alto Comissariado da ONU, o número de mortes pode chegar a 300. Ainda não há números oficiais.



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