EUA negociam renúncia imediata de presidente do Egito

Diário afirma que governo de transição seria liderado pelo vice, com apoio do Exército

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Os Estados Unidos negociam com autoridades egípcias um plano para que o presidente Hosni Mubarak entregue imediatamente o poder a um governo de transição liderado pelo vice-presidente, Omar Suleiman, informa nesta sexta-feira (4) o jornal americano The New York Times.

De acordo com o diário, que cita altos funcionários do governo americano e de países árabes, o plano busca o apoio do Exército egípcio, considerado crucial em um possível processo de transição.

O porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor, não confirmou a informação, mas ressaltou o pedido do presidente dos EUA, Barack Obama, por uma mudança de poder no Egito.

- O presidente já disse que agora é o momento de iniciar uma transição pacífica, ordenada e real, com negociações confiáveis e inclusivas.

Vietor afirmou que, apesar de "discutir o processo" com o Egito, os EUA esperam as decisões sejam "tomadas pelo povo".

- Discutimos com os egípcios uma variedade de formas de levar adiante esse processo, mas todas as decisões devem ser tomadas pelo povo egípcio.

Ao mesmo tempo, um alto funcionário de Washington que pediu anonimato afirmou que é "equivocado" informar que há um plano americano sendo negociado com os egípcios.

O NYT destaca que, apesar de Mubarak ter se recusado a deixar o poder, funcionários dos dois governos conversam sobre um plano no qual Suleiman, apoiado pelas Forças Armadas egípcias, iniciaria imediatamente um processo de reforma constitucional.

O jornal completa que a proposta determina que o governo de transição convide membros de um amplo espectro de grupos opositores, incluindo a Irmandade Muçulmana, para dar início ao processo que resulte em eleições livres em setembro.

Por enquanto, Mubarak rejeitou os pedidos para sua saída imediata do poder, embora tenha prometido que não concorrerá nas próximas eleições, maracadas para setembro.

As autoridades advertiram que o resultado do diálogo depende de vários fatores, entre eles a evolução das manifestações nas ruas do Cairo e de outras cidades egípcias e as dinâmicas de poder dentro do governo.

Algumas das fontes consultadas pelo jornal indicaram que não existem provas de que Suleiman e as Forças Armadas estejam dispostos a abandonar Mubarak.

"Dia da Despedida"

A capital do Egito, Cairo, ainda protagonizava cenas de batalhas entre manifestantes nesta quinta-feira (3) à noite, com a indiferença completa da polícia. A violência, que já deixou 13 mortos e cerca de 1.200 feridos, pode piorar e ser ainda mais sangrenta nesta sexta-feira (4), com a expectativa do chamado Dia da Despedida.

Em meio à expectativa de uma possível renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, novos enfrentamentos de manifestantes pró e contra o governo devem tomar conta das ruas.

De acordo com o jornal local Hindustian Times, o Exército passou esta quinta-feira se preparando para conter os protestos e posicionando tanques e tropas entre as concentrações rivais. Soldados também impediam a circulação de jornalistas internacionais, que sofreram vários ataques nos últimos dias.

Mubarak está "cansado"

Em entrevista exclusiva à rede de televisão americana ABC News, Mubarak disse estar cansado de ser presidente, mas afirmou que não renuncia com medo de o Egito mergulhar no caos.

Para o presidente, não se candidatar à reeleição no próximo pleito é um ?alívio?. Ele também prometeu que seu filho Gamal, considerado durante muito tempo seu sucessor natural, não disputará as eleições.



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