Ex-bispo da Bélgica de 74 anos admite ter abusado de sobrinho

Roger Roger Vangheluwe, 74, renunciou a chefia de diocese em 2010.

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O ex-bispo Roger Vangheluwe | Reuters
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Um ex-bispo belga admitiu na quinta-feira que cometeu abuso contra um segundo sobrinho, mas disse que não se considera um pedófilo.

Roger Vangheluwe, de 74 anos, renunciou há um ano à chefia da diocese de Bruges, depois de admitir ter cometido abuso sexual contra um sobrinho. Ele continua esperando um veredicto do Vaticano sobre o seu caso.

Na sua primeira aparição pública em um ano, Vangheluwe concedeu uma longa entrevista ao vivo à emissora belga VT4, na noite de quinta-feira. Começou dizendo que lamentava a situação, e então contou detalhes sobre os abusos cometidos a dois sobrinhos -- um deles durante 13 anos, o outro durante menos de 1 ano.

"Não tinha nada a ver com a sexualidade. Eu sempre me envolvi com crianças e nunca senti a mais leve atração. Foi uma certa intimidade que ocorreu", disse o ex-bispo.

"Não tenho impressão alguma de que eu seja um pedófilo. Foi realmente só um pequeno relacionamento. Não tive a sensação de que meu sobrinho era contra, pelo contrário."

Vangheluwe disse que os abusos deixaram de ocorrer há cerca de 25 anos, antes de ele se tornar bispo, e que ele conseguiu conviver com seu passado desde então.

"Como isso começou? Como com todas as famílias. Quando vinham me visitar, os sobrinhos dormiam comigo. Começou como um jogo com os meninos. Nunca foi uma questão de estupro, nunca foi usada violência física. Ele nunca me viu nu e não houve penetração."

Vangheluwe disse que pensava nos seus atos como uma coisa mais "superficial". "É claro que eu sabia que isso não era bom. Eu confessei muitas vezes", afirmou.

O ex-bispo contou também que pagou a uma das vítimas 1 milhão de francos belgas (25 mil euros) em várias ocasiões, mas que isso não havia sido para comprar o seu silêncio.

Vangheluwe está escondido desde sua confissão pública. O Vaticano disse que ele deixou a Bélgica e está recebendo "tratamento espiritual e psicológico".

O religioso disse ter recebido centenas de cartas de apoio, e prometeu aceitar o veredicto do Vaticano.

Promotores belgas dizem que os casos de abuso já prescreveram perante a lei. Depois da revelação do escândalo, o arcebispo de Bruxelas, André-Joseph Leonard, causou polêmica ao dizer que seria vingativo processar padres aposentados, e que a Igreja não tem obrigação de indenizar vítimas de abusos.

Uma CPI no país pediu no mês passado à Igreja que pague indenizações. A Igreja disse que também está cogitando isso.



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