Cubano Fidel Castro comemora 86 anos longe dos holofotes da mídia

Os presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Bolívia, Evo Morales, enviaram mensagens de parabéns.

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O líder cubano Fidel Castro comemora nesta segunda-feira seus 86 anos em caráter reservado, recebendo os cumprimentos de amigos e aliados latino-americanos, mas sem participar de homenagens de artistas, jovens e crianças cubanas.

No Palácio dos Pioneiros de Havana, onde no passado Fidel comemorava seus aniversários cercado de crianças, foi celebrada nesta segunda-feira uma festa infantil com um bolo que dizia "Felicidades, comandante". No entanto, ele não comparece à festa desde 2006, quando cedeu o comando ao irmão, Raúl, devido a uma grave crise de saúde.

Os presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Bolívia, Evo Morales, enviaram mensagens de parabéns, aos quais se somou a governista Frente Farabundo Martí de El Salvador, segundo a imprensa oficial cubana. Para Morales, Fidel Castro é "exemplo de solidariedade" e homem "de feitos libertários" na região, enquanto Ortega o chamou de "otimista, irredutível, vencedor das mortes, guia humano".

O jornal oficial Granma publicou algumas saudações de cubanos e estrangeiros, além de opiniões elogiosas extraídas do livro "Así es Fidel", publicado há alguns anos pelo jornalista cubano Luis Báez. A revista Trabajadores, por sua vez, destacou a homenagem do pintor brasileiro Helder Bezerra, que apresentou uma mostra de suas obras em um bairro popular de Havana em homenagem ao aniversário.

"Ao homenagear Fidel estou reconhecendo o pensamento de uma época da humanidade moderna. Ele, mais do que um líder político, encarna um tempo histórico de definições acerca da possibilidade ou da impossibilidade de salvar o homem como espécie", disse o pintor.

Organizações ligadas à União de Jovens Comunistas, braço jovem do partido único que governa a ilha há meio século, programaram shows e outras atividades, entre elas uma caminhada até a casa onde nasceu Fidel, no povoado de Birán, 660 km ao leste de Havana.

Nos 48 anos em que governo Cuba, Fidel manteve uma impenetrável cortina de privacidade sobre sua vida pessoal, a ponto de muitos cubanos desconhecerem o nome de sua esposa, Dalia Soto del Valle, e dos cinco filhos que teve com ela.

Só uma vez, em 1996, ele rompeu a tradição de comemorar seu aniversário com os pioneiros e aceitou um convite do poeta cubano Pablo Armando Fernández, de passá-lo na casa do escritor, em companhia de intelectuais. Mas desde que caiu doente, em julho de 2006, Fidel passou seus aniversários em caráter privado.

Há quatro meses não é visto em público e não publica seus costumeiros artigos na imprensa desde meados de junho, enquanto analistas debatem sobre o grau de influência que tem sobre o governo de Raúl, que empreendeu reformas econômicas de mercado.

"Fidel continua influenciando em Cuba através de seu legado, que é mais do que seu carisma, e influencia ideias e formas de agir que expressou em seu governo, discursos e escritos", disse à AFP o analista cubano Arturo López-Levy, da Universidade de Denver (Colorado, EUA).

No entanto, "salvo algum ato específico que tenha vetado explícita e previamente, não é nem a fonte da legitimidade nem o obstáculo às reformas que foi no passado", acrescentou.

O aniversário também foi comemorado nas redes sociais na internet, tanto por seus simpatizantes quanto por seus adversários. "Felicidades pelos 86, Fidel!!!", escreveu o blogueiro Yohandry, que publica oficiosamente notícias do regime.

"A vida é tão irônica, tão engraçada. Fidel Castro, o homem que nos fez acreditar que era onipresente, agora não dá as caras", redigiu a blogueira opositora Yoani Sánchez em sua conta no Twitter.



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