Francisco reconhece em frente de estudantes que não queria ser Papa

Pontífice brincou sobre dificuldades de comandar a Igreja no Vaticano

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O papa Francisco brincou nesta sexta-feira (7) com as dificuldades para ser pontífice e diante de 9.000 estudantes de colégios jesuítas da Itália e da Albânia reunidos no Vaticano admitiu com franqueza que não queria ser Papa.

"Uma pessoa que quer ser Papa não gosta realmente de si mesma. Eu não queria ser Papa", afirmou o pontífice rindo em resposta à pergunta de um aluno sobre se havia aspirado ao trono de Pedro.

Durante o caloroso e informal encontro, realizado na sala Paulo VI do Vaticano, o primeiro Papa jesuíta da história respondeu com simplicidade e tom familiar às perguntas de estudantes de todas as idades, convocando-os a ser livres, disse.

"Não temam ir contra a corrente", afirmou Francisco após mencionar os valores fundamentais para um jesuíta: "liberdade e serviço".

"Liberdade quer dizer saber refletir sobre o que fazemos, saber avaliar o que é ruim e o que é bom e saber que as condutas que nos fazem crescer são sempre as boas. Nós somos livres para o bem", explicou.

Interrogado sobre as razões pelas quais rejeita viver no luxuoso apartamento papal do Palácio Apostólico dentro do Vaticano, o Papa argentino respondeu primeiro brincando: "por razões psiquiátricas", comentou.

"É um problema de personalidade, preciso viver rodeado de gente, não posso viver só", confessou com um sorriso simpático.

Diante dos estudantes e de personalidades graduadas nas prestigiadas instituições educacionais dos jesuítas, Francisco denunciou as estruturas econômicas injustas que convertem os homens em escravos e convidou os católicos a se comprometerem com a política, "uma das formas mais elevadas de caridade, porque busca o bem comum", explicou.

"O mundo inteiro está em crise", afirmou ao ressaltar que se trata, "principalmente, de uma crise de valores", disse.

"Hoje em dia a pessoa em si não conta, o que conta é o dinheiro", insistiu, ao criticar "a riqueza, a vaidade, o orgulho".

"É preciso se libertar das estruturas econômicas e sociais que nos transformam em escravos", repetiu.

Francisco também esclareceu que, para os cristãos, participar da vida política "é uma obrigação, porque não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos".

"Não é fácil porque o mundo da política é muito sujo", comentou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES