Haiti: violência urbana aumenta em reduto de gangues da capital

Em 2010, foram registrados 68 assassinatos em Bel Air, o principal bairro da capital, Porto Príncipe.

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Após o terremoto que atingiu o Haiti em janeiro de 2010, deixando 316 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados, o crime voltou a várias áreas do país. Em 2010, foram registrados 68 assassinatos em Bel Air, o principal bairro da capital, Porto Príncipe. É um aumento de três vezes em relação ao ano anterior, segundo a ONG Viva Rio, que atua no Haiti desde 2004.

Em 2009, a taxa de homicídio nesta favela foi de 23 mortes. Antes disso, a criminalidade mostrava queda gradual. Em 2008, foram 14 homicídios; em 2007, 17.

Área considerada "vermelha" na nomenclatura de segurança da ONU, a favela foi a primeira pacificada por pelotões brasileiros no Haiti, em 2005. Microcosmo do país, Bel Air retrata a insegurança no pós-terremoto.

"Houve um aumento da criminalidade após o terremoto porque o cenário mudou. O desemprego aumentou, as pessoas ficaram sem comida, sem casa. Também houve uma fuga imensa de presidiários", disse o coronel Ubiratan Angelo, coordenador de Segurança Humana da Viva Rio no Haiti.

A penitenciária nacional foi destruída pelos tremores e 6.000 detentos escaparam, em Porto Príncipe. O governo haitiano e a ONU não têm estatísticas. Mas a porta-voz da Minustah (missão da ONU no Haiti liderada pelo Brasil), Sylvie van den Wildenberg.

"O terremoto levou a um novo caos, e criminosos tentaram retomar suas redes de atuação", afirmou. Segundo ela, operações da ONU com a polícia local reduziram a criminalidade até 2009.

"Graças à presença de quase 9.000 capacetes azuis e 3.000 policiais, os crimes são menores. Nossa ação dissuasiva é definitivamente crucial aqui", afirmou Wildenberg.

A ONG International Crisis Group também divulgou em junho o relatório "Haiti no pós-terremoto" alertando sobre o retorno de gangues armadas nas favelas no sul de Porto Príncipe e o aumento da violência sexual contra mulheres e crianças nos campos de deslocados, montados após o terremoto.

A assessoria do batalhão brasileiro no Haiti (Brabatt 1) informou que a situação atual na capital do país é estável e "está sob controle".

A questão da segurança no Haiti volta à tona no momento em que o Brasil debate reduzir sua presença militar na Minustah (2.100 homens).

Em outubro, o mandato da força está sujeito à renovação pelo governo haitiano, que anunciou planos para recriar o Exército, extinto desde 95.



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