Indiano em greve de fome contra corrupção está disposto a morrer

Jejum de Hazare, que pede leis mais duras, entrou no 9º dia em Nova Délhi.

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O ativista Anna Hazare descansa nesta quarta (24), no nono dia de sua greve de fome, em Nova Délhi. | AP
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O ativista indiano Anna Hazare rejeitou nesta quarta-feira (24) qualquer concessão ao governo na sua cruzada por leis mais rígidas contra a corrupção, e prometeu manter sua greve de fome, agora no nono dia, mesmo que isso lhe custe a vida.

Hazare, de 74 anos, já apresenta problemas de saúde, e continua reunindo milhares de simpatizantes em um enlameado terreno de Nova Délhi. O primeiro-ministro Manmohan Singh pediu, sem sucesso, que o ativista aceite pelo menos uma alimentação intravenosa, e convocou uma reunião entre vários partidos para discutir uma solução para o impasse.

A campanha de Hazare mobiliza especialmente a emergente classe média local, cansada da rotina de subornos no país, que tem a terceira maior economia da Ásia. Dezenas de milhares de pessoas já saíram às ruas em apoio ao ativista, nos mais intensos protestos sociais na Índia desde a década de 1970.

"Só perdi seis quilos e um pouco do meu rim está afetado, mas isso não é nada preocupante", disse Hazare -- cuja figura, de óculos e todo de branco, evoca a do líder nacionalista Mahatma Gandhi -- a seguidores no terreno conhecido como Ramlila Maidan, ao lado da velha cidade murada de Délhi. "Até que o governo aceite todas as condições, não recuarei. Mesmo que eu tenha de morrer."

O governo tem oferecido concessões para endurecer o projeto de lei anticorrupção, mas até agora sem conseguir encerrar o impasse. Em carta aberta a Hazare, Singh disse: "Nos últimos dias, tenho observado com crescente preocupação o estado da sua saúde. Na pior das hipóteses, nossos caminhos e metodologias podem diferir, embora eu acredite que mesmo essas diferenças têm sido exageradas."

As autoridades podem alimentar Hazare à força, mas isso geraria o risco de inflamar ainda mais a multidão que apoia o ativista.



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