Justiça do Chile aceita investigar a morte de Pablo Neruda

Chileno teria sido assassinado, e não morrido de câncer

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A Justiça do Chile aceitou investigar as circunstâncias da morte do poeta ganhador do prêmio Nobel Pablo Neruda, morto de câncer 12 dias depois do golpe de Estado de Augusto Pinochet, em 1973, informou o Poder Judiciário nesta quinta-feira (2). Neruda pode ter sido assassinado, segundo denúncia apresentada pelo Partido Comunista.

O juiz Mario Carroza acolheu a acusação feita, dois dias antes, pelo PC chileno, partido no qual o poeta militava, após a denúncia apresentada pelo ex-motorista do escritor, Manuel Araya, para qual Neruda foi assassinado.

Araya, hoje com 65 anos, garante ter estado com Neruda até horas antes de sua morte, que atribui à aplicação, no estômago, de uma substância estranha que agravou de forma fulminante do câncer de próstata do qual sofria o poeta, ganhador do Nobel de Literatura em 1971.

Neruda morreu em 23 de setembro de 1973 em uma clínica de Santiago vítima de um câncer de próstata - segundo a versão oficial -, 12 dias depois do golpe de Estado que derrubou e provocou a morte de Allende, um dos grandes amigos do poeta.

Araya denunciou que Neruda foi morto através de uma injeção no estômago às vésperas de sua viagem para o exílio no México, onde pensava se tornar um relevante opositor da ditadura de Pinochet.

Ao depoimento de Araya soma-se a declaração feita neste fim de semana a um veículo da imprensa mexicana pelo ex-embaixador desse país no Chile, Gonzalo Martínez, que esteve com Neruda no dia anterior a sua morte.

O advogado Eduardo Contreras, que apresentou a ação em nome do PC, destacou nesta terça-feira as declarações de Martínez.

Segundo Contreras, o diplomata afirma que o poeta - vencedor do prêmio Nobel em 1971 - "podia conversar tranquilamente, caminhou pelo quarto, trocaram opiniões políticas, descreveu quais objetos pessoais queria levar em sua viagem ao México, expressou dúvidas em relação a deixar o país, pois disse que queria dividir o futuro com o povo".

"Essas conjecturas, argumentações e depoimentos obrigam ética, moral e judicialmente a apresentar essa ação, porque sem dúvida Neruda no exílio teria sido algo muito difícil para a ditadura", explicou Contreras.

Recentemente, a Fundação Pablo Neruda, que administra a obra do poeta, afirmou que "não existe evidência alguma, nem prova de nenhuma natureza que indiquem que Pablo Neruda tenha sido morto por uma causa diferente do câncer avançado que o afetava".



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