No Catar, holandesa é condenada após denunciar estupro

Jovem, que está presa, será deportada após o pagamento de uma multa

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Justiça do Catar condenou uma jovem holandesa por manter relações sexuais fora do casamento depois de ela ter feito uma denúncia de estupro à polícia.

A mulher, de 22 anos, recebeu uma sentença com suspensão condicional, dispositivo em que o condenado só é preso se descumprir a lei durante um período probatório, foi multada em US$ 824 (R$ 2,8 mil) e será deportada do país.

A jovem está presa desde que fez a denúncia de estupro, em março. O caso só foi divulgado no último fim de semana, quando a família dela resolveu ir à público.

Segundo o advogado da jovem, alguém colocou algo em sua bebida em um hotel de Doha. Depois, ela teria acordado em um quarto e percebido que tinha sido estuprada.

O homem acusado do crime argumentou que o sexo foi consensual e foi condenado a receber cem chibatadas por manter relações sexuais fora do casamento e a outras 40 por ter consumido bebida alcoólica.

De acorco com o advogado da jovem, ela passava as férias no Catar, e foi com uma amiga para ao bar de um hotel onde a venda de bebidas alcoólicas é permitida.

"Ela foi dançar e, quando voltou para a mesa, percebeu logo depois do primeiro gole que alguém tinha colocado alguma coisa em sua bebida", afirmou.

A mulher disse que não se sentiu bem e, mais tarde, acordou sozinha em um apartamento desconhecido, "percebendo, horrorizada, que tinha sido estuprada",acrescentou o advogado.  

Lei

O código penal do Catar diz que "Quem copular com uma mulher com mais de 16 anos sem necessidade, coação ou armadilha será punido com prisão por até sete anos. E mesma pena será imposta à mulher por ter consentido".

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, dezenas de pessoas condenadas por relações sexuais fora do casamento foram sentenciadas ao açoitamento desde 2004.

O caso da holandesa não foi o primeiro em que uma mulher acabou sentenciada após fazer uma denúncia de estupro em um dos países da região.

Em 2013, uma norueguesa foi sentenciada a 16 meses na prisão nos Emirados Árabes Unidos por falso testemunho, sexo fora do casamento e consumo de bebida alcoólica depois de fazer uma acusação semelhante - ela acabou perdoada e recebeu permissão para voltar a seu país.

Casos como esses levantam questões sobre como as autoridades do Catar vão lidar com os milhares de turistas de países ocidentais que devem visitar o país durante a Copa do Mundo de 2022.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES