Noruega: Cerca 40 mil pessoas realizam protesto contra atirador

Organizadores disseram que o protesto foi uma forma de mostrar que o massacre do ano passado não alterou o caráter tolerante da Noruega.

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Cerca de 40 mil noruegueses realizaram uma manifestação nesta quinta-feira (26) em Oslo, nos arredores do tribunal onde Anders Behring Breivik está sendo julgado pela morte de 77 pessoas.

Organizadores disseram que o protesto foi uma forma de mostrar que o massacre do ano passado não alterou o caráter tolerante da Noruega.

"Somos nós quem vencemos", disse o cantor folk Lillebjoern Nilsen, que puxou o canto e viu a multidão se embalando suavemente sob a chuva. Muita gente segurava rosas sobre a cabeça, e alguns choravam.

Nos últimos dias, Breivik tem narrado em tom desafiador como deixou um carro-bomba no centro de Oslo e em seguida matou 69 pessoas, a maioria adolescentes, em um acampamento do Partido Trabalhista nos arredores da capital. Ele alegou ter agido em legítima defesa, para "proteger" a sociedade norueguesa do multiculturalismo.

Manifestantes protestam contra o atirador Anders Behring Breivik nesta quinta-feira (26) em Oslo, capital da Noruega (Foto: AFP)Manifestantes protestam contra o atirador Anders Behring Breivik nesta quinta-feira (26) em Oslo, capital da Noruega (Foto: AFP)

Durante o protesto, a multidão entoou "Filhos do Arco-Íris", canção que exalta a sociedade multicultural. Durante o julgamento, Breivik ridicularizou essa música, citando-a como sendo uma propaganda marxista.

Houve também uma passeata de vários quarteirões até o tribunal onde Breivik está sendo julgado, que fica perto do local onde o carro-bomba explodiu em 22 de julho, matando oito pessoas. Manifestações musicais semelhantes aconteceram em outras cidades norueguesas.

Sobreviventes

Dentro do tribunal, sucessivos sobreviventes descreveram o atentado a bomba. "Eu estava cuspindo sangue", disse Harald Foesker, que estava trabalhando no Ministério da Justiça quando a bomba de fertilizantes, com 950 quilos, explodiu do lado de fora. "Senti de repente que era um atentado terrorista contra o prédio do governo... Pedi ajuda, mas ninguém respondeu."

Ele contou que perdeu 80% da visão e precisou passar por cirurgias reparadoras da face, e acrescentou que se orgulha de viver em um país que trata os réus com dignidade.

Breivik, de 33 anos, qualifica suas vítimas como "traidores" que mereceram morrer por abraçarem valores esquerdistas que, na sua opinião, abriram a Europa a uma lenta invasão islâmica.



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