Barack Obama pede que Congresso dos EUA não feche os olhos à Síria

Presidente busca aval interno e externo para atacar o regime de Assad. Rússia, aliada do governo sírio, é a principal opositora a uma ação militar.

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Barack Obama em pronunciamento na TV | Reprodução/Internet
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O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu aos congressistas que "não sigam com os olhos vendados" em relação ao suposto uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad na Síria.

"Não se pode seguir com os olhos vendados ante as imagens que vimos da Síria", disse Obama em sua mensagem semanal via internet e rádio.

. "Por isso, peço aos membros do Congresso, aos dois partidos, que se unam e atuem para promover o mundo em que queremos viver, o mundo que vamos deixar a nossos filhos e às gerações futuras", disse Obama, que busca obter o aval do Congresso antes de iniciar uma ofensiva militar contra a Síria.

O Congresso deve iniciar na segunda-feira, data do fim do recesso de verão, debates sobre a intervenção defendida pelo presidente como resposta ao ataque químico de 21 de agosto na região de Damasco, que segundo as autoridades americanas matou 1.429 pessoas. A autoria foi atribuída às forças de Assad.

Segundo uma pesquisa do jornal "Washington Post", 224 dos 433 membros da Câmara de Representantes eram contra ou pensavam de maneira negativa sobre uma ofensiva militar, outros 184 estavam indecisos e apenas 25 manifestavam apoio à intervenção.

O ceticismo também prevalece entre a população.

Uma pesquisa do instituto Gallup mostra que 51% dos americanos rejeitam um ataque contra a Síria, enquanto 36% apoiam a medida, um resultado muito abaixo dos registrados antes das guerras do Golfo em 1991, Kosovo (1999), Afeganistão (2001) e Iraque (2003).

"Isto não foi apenas um ataque direto contra a dignidade humana; é uma ameaça séria para nossa segurança nacional", disse Obama.

"Não responder a este ataque escandaloso aumentaria o risco de ver novamente usadas armas químicas, de vê-las cair nas mãos de terroristas que poderiam utilizá-las contra nós e isto enviaria uma mensagem desastrosa aos demais países, de que o uso deste tipo de armas não teria consequências", advertiu.

O presidente americano recordou que como comandante em chefe, decidiu na semana passada que os Estados Unidos deveriam atacar a Síria e punir o regime de Assad.

No entanto, solicitou o respaldo dos legisladores para a decisão.

"Nosso país será mais forte se atuarmos todos juntos e nossas ações serão mais eficazes. Por isto pedi aos membros do Congresso que debatam o tem a votem a favor do uso da força."

Obama insistiu ainda que o ataque que planeja não é uma intervenção sem fim.

"Isto não seria outro Iraque ou outro Afeganistão. Não teríamos soldados americanos em terra. Qualquer ação que iniciemos seria limitada, tanto no tempo como no alcance, e estaria destinada a impedir o governo sírio que utilize gás contra seu próprio povo outra vez, assim como suas capacidades para fazê-lo", completou.

"Sei que os americanos estão cansados após uma década de guerra, apesar da guerra no Iraque estar encerrada e da guerra no Afeganistão estar perdendo força. Por isto não estamos colocando nossos soldados no meio da guerra dos outros", acrescentou.

Obama pretende discursar aos americanos na terça-feira sobre o tema.



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