Paquistão: Parlamento critica ação americana que matou Bin Laden

Sessão de debates com militares terminou nesta madrugada.

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Imagem divulgada pelo Departamento de Informação paquistanês mostra cúpula militar durante a sessão no Parlamento | AFP
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O Parlamento do Paquistão condenou neste sábado (14) a operação americana em território paquistanês que matou o líder da rede al-Qaeda, Osama Bin Laden, exigindo uma revisão das relações com os EUA e inferindo que seu país pode cortar o abastecimento às forças americanas no Afeganistão se ataques do tipo continuarem.

Em resolução aprovada após dez horas de uma sessão rara e privada com altos oficiais militares, o Parlamento qualificou de "inaceitáveis" os ataques com "drones"- aviões não tripulados - dos Estados Unidos. "Estes ataques com aviões não tripulados devem parar (...). Do contrário, o governo precisa considerar as medidas necessárias, incluindo a permissão de trânsito da Otan".

Durante a sessão, o chefe da inteligência paquistanesa, o tenente-general Ahmed Shuja Pasha, indicou que estaria disposto a deixar o cargo se os legisladores exigissem, mas ninguém o fez.

O Parlamento também pediu ao governo que "nomeie uma comissão independente sobre a operação de Abbottabad", cidade paquistanesa onde um comando americano matou Bin Laden no dia 2 de maio passado.

A ação secreta que matou Bin Laden piorou as já tensas relações com os Estados Unidos e levou a críticas internas do governo e militares, em parte porque o terrorista viveu anos no país sem ser desvendado, mas também pela falha para detectar ou interromper a operação dos EUA.

Lançada em 2004, a campanha de ataques com "drones" da agência de inteligência americana, a CIA, foi intensificada em meados de 2008 e nos últimos meses realiza bombardeios quase diários contra o território paquistanês. Em 2010, mais de 100 ataques deixaram 670 mortos, incluindo vários civis.

Na sexta-feira, dois homens-bomba atacaram uma academia militar em uma cidade do noroeste, matando ao menos 80 pessoas. Militantes paquistaneses do Talibã reivindicaram a autoria do atentado e afirmaram que foi seu primeiro ato de vingança pela morte de Bin Laden.



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