Prefeito de Bruxelas pretende limitar nascimentos na cidade

Diante da polêmica causada por essas declarações, o político socialista emitiu hoje um comunicado à imprensa.

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Freddy Thielemans , prefeito de Bruxelas, dá uma conferência em foto de arquivo de 2006. | AFP
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O prefeito de Bruxelas, Freddy Thielemans, propôs em debate a possibilidade de limitar os nascimentos como uma medida para combater a superpopulação na capital belga, informou nesta segunda-feira o site do jornal Le Soir.

As declarações do prefeito de Bruxelas em plena campanha para as eleições municipais na Bélgica geraram reações inclusive dentro do seu próprio partido.

Thielemans reivindicou, durante um debate eleitoral em Flandres, que "a limitação dos nascimentos deveria ser abordada no contexto do combate à superpopulação", assim como disse que "em Bruxelas muitas famílias numerosas têm sete ou oito filhos. Pedem apartamentos sociais, mas esses imóveis não existem".

Diante da polêmica causada por essas declarações, o político socialista emitiu hoje um comunicado à imprensa em que esclarece que não apoia a restrição aos nascimentos por lei e destaca que respeita as "liberdades individuais e as decisões das famílias".

Já o governador da comuna de Molenbeek-Saint-Jean (distrito autônomo que faz parte de Bruxelas e um dos que mais recebe imigrantes na região), Philippe Moureaux, respondeu ao prefeito através do Twitter dizendo que "em uma sociedade livre, ter uma criança é um direito e uma riqueza que não se negocia".

Entre 2000 e 2010 a população de Bruxelas cresceu quase 13%, segundo dados oficiais, até alcançar mais de 1,1 milhões de habitantes em 2011.

A previsão oficial das autoridades belgas é que a população da capital comunitária chegue a 1,23 milhões de habitantes em 2020.

A capital belga apresenta uma taxa de natalidade superior à média do país (em 2010 foram 18.612 nascimentos por 9.433 mortes), assim como uma forte presença de imigrantes (46.949 em 2010, contra 17.543 emigrantes, o que representa um aumento de 29.406 habitantes).

No entanto, a cidade apresenta grandes diferenças entre os seus distritos e os mais populosos são os que recebem maior quantidade de imigrantes, como é o caso de Molenbeek.

Boa parte dos imigrantes que chegam à Bélgica é de origem africana, especialmente da República Democrática do Congo, ex-colônia belga.

Thielemans negou que com a limitação dos nascimentos esteja se referindo a uma comunidade ou religião em particular, já que "este problema, se encontra tanto entre as famílias muçulmanas, como nas judias e cristãs", afirmou.

Os bairros mais populosos e que recebem mais imigrantes são também os que apresentam maiores taxas de desemprego, inclusive acima dos 20%, e mais problemas com a questão habitacional.

Thielemans, que concorre à reeleição no próximo dia 14 de outubro, defendeu sua posição com o argumento da necessidade de se oferecer os serviços sociais de maneira satisfatória.

"Acho que as cidades têm como objetivo dar lugar para todo mundo e continuar crescendo. É minha responsabilidade pensar na melhor maneira de administrar a explosão demográfica: educação, habitação, serviços de saúde, apoio à paternidade, etc.", concluiu.



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