Protestos continuam no Egito, apesar de promessas do governo

Os atuais protestos começaram na sexta-feira na praça Tahrir, epicentro da rebelião do começo do ano.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Mais de mil egípcios entraram nesta terça-feira no quinto dia seguido de protestos no centro do Cairo, depois de rejeitarem a proposta do governo por uma reforma ministerial e a declaração militar reiterando a promessa de transferir o poder aos civis.

"O conselho militar está seguindo as mesmas políticas do regime deposto", disse o professor Mohamed Abdel Waged, 43 anos, acampado há várias noites na praça Tahrir. Ele se referia à junta militar que assumiu o poder em fevereiro, depois da queda do presidente Hosni Mubarak por causa de uma rebelião popular.

Os atuais protestos começaram na sexta-feira na praça Tahrir, epicentro da rebelião do começo do ano, e ocorrem também nas cidades litorâneas de Alexandria e Suez.

A manifestação da sexta-feira passada reuniu dezenas de milhares de pessoas. Os manifestantes conclamaram mais egípcios a se juntarem a eles no protesto de terça-feira.

A turbulência política já afetou a Bolsa local, cujo índice de referência operava em baixa de 3,4 por cento no pregão da terça-feira.

O primeiro-ministro Essam Sharaf prometeu na segunda-feira reformular seu gabinete dentro de uma semana, mas os manifestantes disseram que isso não basta - eles exigem reformas mais aceleradas e que Mubarak e seus aliados sejam levados a julgamento.

Em nota lida pela TV, os militares repetiram a promessa de transferir o poder aos civis depois de eleições, e manifestaram seu "continuado apoio ao primeiro-ministro, assumindo todos os poderes dados pela Constituição e as leis". O Exército disse também que continua disposto ao diálogo com ativistas e grupos políticos.

Em Alexandria, os manifestantes entoaram coros contra o marechal Mohamed Hussein Tantawi, que foi ministro da Defesa de Mubarak por duas décadas, e agora comanda a junta militar.

"Marechal, por que você tem medo de um expurgo?", gritavam alguns participantes. "Sharaf, Sharaf, renuncie e beije as mãos do marechal", entoavam outros.

A Irmandade Muçulmana, mais organizado grupo político do Egito, participou da manifestação da sexta-feira passada, mas depois decidiu abandonar o protesto.

"O grupo suspendeu sua participação depois da sexta-feira, mas acho que vai emitir uma nota ainda hoje ou amanhã explicando sua reação ao discurso do primeiro-ministro", disse Walid Shalaby, coordenador de mídia do grupo.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES