Putin pede que EUA mostrem provas de presença militar russa na Ucrânia

Putin assegurou que “nenhuma força militar e nem nenhum instrutor russo estão presentes no sudeste da Ucrânia

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O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em entrevista divulgada nesta quarta-feira (4) que a Rússia não quer anexar e nem desestabilizar a Ucrânia e não tem militares nesse país, e pediu que, se os Estados Unidos dizem ter provas do contrário, as apresentem.

"Se tiver provas só têm que apresentá-las. Nós e todo o mundo vimos o secretário de Estado (Colin Powell em 2003) expondo no Conselho de Segurança da ONU provas de que o Iraque possuía armas de extermínio, mostrando uma proveta com uma substância desconhecida, que podia ser detergente", declarou Putin às emissoras "TF1" e "Europe 1".

Os Estados Unidos, acrescentou, "fizeram com que suas armas entrassem no Iraque, e depois ficou provado que jamais houve armas de destruição em massa. Há uma grande diferença entre as declarações e as provas reais", comentou o chefe de Estado russo.

Putin assegurou que "nenhuma força militar e nem nenhum instrutor russo estão presentes no sudeste da Ucrânia, e que seu país nunca tentou e nem tenta anexar ou desestabilizar a Ucrânia".

"No mundo contemporâneo, a política baseada no expansionismo não tem nenhum futuro", acrescentou o presidente russo, que opinou que "o poder ucraniano tem que organizar um diálogo com sua população, e isso não deve ser feito com tanques e com aviões, mas com negociação".

Putin disse esperar que a atual crise da Ucrânia não se transforme em "uma nova etapa da Guerra Fria" e carregou em particular contra os EUA porque "não é nenhum segredo que a política mais severa, a mais agressiva, é a americana".

A esse respeito, Putin estabeleceu uma comparação entre os russos, dizendo que "quase" não têm forças militares no exterior", e os americanos, com bases militares "por todo o mundo" e tropas "a milhares de quilômetros de suas fronteiras".

Em todo caso, o líder russo se mostrou "pronto para o diálogo" com o presidente americano, Barack Obama, com quem se encontrará na próxima quinta-feira (5) em Paris, na véspera das comemorações do 70° aniversário do desembarque da Normandia na Segunda Guerra Mundial, que contará com a participação de cerca de 20 líderes de diferentes países.

Putin se disse aberto a falar com a ex-secretária de Estado e antiga primeira-dama Hillary Clinton, que neste ano comparou os argumentos da Rússia para intervir na Ucrânia com os dos nazistas nos anos 30.

"Hillary nunca foi muito sutil em suas declarações e isso não nos impediu de falar com ela. Acho que aqui encontraríamos também uma linguagem comum, mas quando as pessoas ultrapassam certo limite de educação, mostram sua fraqueza, não sua força. Em uma mulher, no entanto, a fraqueza não é tanto um defeito", opinou.

Sobre a Síria, Putin apontou que sua distância na hora de intervir se deve ao fato de que "se atuarmos com imprudência, o país pode se transformar em um segundo Afeganistão, um ninho de terroristas". "Temos que conservar o poder legítimo, para progressivamente refletir sobre a maneira de reformar essa sociedade para que seja mais moderna", completou.

Em um terreno mais bilateral com a França, Putin afirmou que se entende bem com o presidente François Hollande, embora tenham que falar com intérprete, e mencionou a figura do general Charles de Gaulle, que como chefe do Estado sempre se negou a ceder soberania de seu país.

Esse elogio tem relação com um comentário no qual ressaltou que quando um país participa de uma aliança militar, cede uma parte de sua soberania, em uma alusão indireta à Otan, à qual pertence a França. Para a Rússia, segundo concluiu Putin, essa cessão de soberania "é inaceitável".



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