Relatório da ONU sobre os abusos é “distorcido e injusto”, afirma Vaticano

O arcebispo disse que a ONU não pode pedir à Igreja Católica que mude seus ensinamentos morais “inegociáveis” a respeito de homossexualidade

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O Vaticano afirmou nesta quarta-feira (5) que o relatório de um órgão da ONU sobre abusos sexuais de criança por clérigos é "distorcido, injusto e ideologicamente orientado".

As declarações foram feitas pelo arcebispo Silvano Tomasi, representante do Vaticano na ONU, reagindo a críticas sobre o duro relatório do Comitê de Direitos da Infância divulgado mais cedo, que critica duramente o modo como a Igreja Católica reagiu após o escândalo da pedofilia no clero.

O arcebispo disse que a ONU não pode, como supostamente faz no relatório, pedir à Igreja Católica que mude seus ensinamentos morais "inegociáveis" a respeito de homossexualidade, aborto e contracepção.

Tomasi também acusou organizações não-governamentais pró-casamento gay de "provavelmente influenciar" o comitê, com sede em Genebra, a reforçar a "linha ideológica" do relatório.

Ele disse que o relatório "não levou em consideração" as explicações da Santa Sé sobre a questão, dadas em uma audiência pública em janeiro, e que pareceu que estava "preparado com antecipação".

Falando à Rádio Vaticana, Tomasi disse que as críticas causaram "surpresa" no Vaticano.

"A primeira reação é de surpresa, porque o aspecto negativo do documento que fizeram faz parecer que ele já estivesse preparado antes do encontro entre o comitê e a delegação da Santa Sé", disse.

Para Tomasi, o Vaticano ofereceu em janeiro respostas "detalhadas e precisas" sobre o modo como trata os abusos, e essas respostas não apareceram no relatório.

"Transparência"

Mais cedo, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que o Vaticano enfrenta os casos de pedofilia com uma "exigência de transparência", e prova disso é que, nos próximos dias ou semanas, irá explicar o funcionamento da comissão criada para prevenir abusos sexuais contra crianças pelo clero.

A declaração foi feita na Conferência Episcopal Espanhola, quando o porta-voz do Vaticano foi questionado sobre o relatório.

O Vaticano reafirmou seu compromisso em "defender e proteger os direitos das crianças" e disse que o relatório da ONU vai ser estudado e examinado "com atenção".



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