Suíço Rudolf é interrogado por vazamento ao WikiLeaks

Para defesa, suíços estão “irados” com críticas ao sistema de sigilo do país

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A polícia interrogou o ex-banqueiro Rudolf Elmer hoje, por possíveis infrações da legislação bancária suíça, por ele ter entregue dados ao WikiLeaks, um dia após ter sido condenado por violar o sigilo bancário.

"As autoridades têm 48 horas a partir de sua prisão para decidir se têm motivos para mantê-lo em custódia por mais tempo", disse o promotor público Peter Pellegrini.

A promotoria confirmou que Elmer foi interrogado, mas negou-se a dar maiores detalhes.

Elmer foi detido pela polícia na noite de ontem, horas depois de ser condenado por violar o rígido sigilo bancário, pelo fato de ter divulgado dados particulares de clientes e ter ameaçado funcionários da empresa para a qual trabalhou no passado, Julius Baer.

Jack Blum, ex-investigador do Congresso americano e advogado de Washington que vem assessorando Rudolf Elmer, disse à Reuters que está perplexo e consternado com o fato de as autoridades suíças terem voltado a deter Elmer.

Blum apareceu com Elmer em uma coletiva de imprensa em Londres, esta semana, quando o ex-banqueiro suíço entregou a Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, CDs de computador que, segundo Elmer indicou, continham informações relativas a até 2.000 contas bancárias em paraísos fiscais.

Uma fonte familiarizada com os dados disse que os CDs contêm informações sobre "estruturas" bancárias em paraísos fiscais, mas que podem não incluir informações que constituiriam provas evidentes de infrações cometidas por indivíduos específicos.

Blum questionou se as autoridades suíças têm alguma base sólida para acreditar que os discos incluam dados da Suíça.

"Os suíços estão irados simplesmente devido à atenção que as ações mais recentes de Elmer chamou para o sistema de sigilo deles. Eu considero que a atenção é merecida", disse Blum.

O sigilo bancário suíço ajudou o país a erguer um setor de administração de riqueza que movimenta 2 trilhões de dólares, mas as leis vêm sendo alvo de críticas globais intensas nos últimos anos. A vizinha Alemanha comprou dados sigilosos de informantes para poder rastrear sonegadores de impostos.



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