A Tepco, administradora da central nuclear de Fukushima, no Japão, anunciou nesta terça-feira (9) que o nível de césio radioativo se multiplicou por 90 em três dias em um poço de teste situado entre os reatores e o mar. A descoberta provoca novas dúvidas sobre a possível propagação de água subterrânea contaminada.
Segundo testes realizados na segunda-feira (8), a água no subsolo em um ponto situado a 25 metros do mar continha 9.000 becquerels/litro de césio 134 e 18.000 becquerels de césio 137, contra 99 e 210 Bq/l, respectivamente, três dias antes. O fator de multiplicação é de 91 vezes no primeiro caso e de 86 no segundo.
"No momento não estamos em situação de poder dizer se a água contaminada vai ou não parar no mar", informou a Tepco à imprensa. O grupo promete reforçar os controles e adotar medidas para impedir a contaminação do Oceano Pacífico.
A Tepco descobriu na sexta-feira (5), no mesmo lugar, um níveis maiores de outros elementos radioativos: estrôncio 90 e outros elementos produtores de raios beta a 900.000 Bq/l. Na segunda-feira, o nível destas substâncias era quase idêntico: 890.000 Bq/l, milhares de vezes acima do admitido na água do mar.
A Tepco explicou que o poço de teste está situado próximo a um tubo por onde vazou grandes volumes de água contaminada um mês após a catástrofe atômica em Fukushima, atingida por um tsunami em 11 de março de 2011, mas isto não explica o súbito aumento do césio.
Após o tsunami, uma falha elétrica interrompeu a refrigeração dos sistemas e em três dos seis reatores ocorreu fusão do combustível, o que dispersou numerosos elementos radioativos.
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