Jornal israelense: 'Responsabilidade pela guerra com Hamas é de Netanyahu'

OHaaretz destacou a incapacidade do premier de avaliar os riscos para a escalada do conflito r

Primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O principal jornal israelense atribuiu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, a responsabilidade pelos ataques do Hamas, que até esta segunda-feira (9) já deixaram mais de mil mortos. Em um editorial bastante crítico, o Haaretz destacou a incapacidade do premier de avaliar os riscos para a escalada do conflito representados pelas políticas francamente hostis aos palestinos e pela presença no governo de representantes da ultradireita religiosa radicalmente anti-árabes.

“O primeiro-ministro, que se vangloria da vasta experiência política e da sabedoria insubstituível em matéria de segurança, falhou completamente em identificar os perigos a que conscientemente direcionava Israel, ao estabelecer um governo de anexação e desapropriação, ao indicar Bezalel Smotrich [ministro das Finanças] e Itamar Bem-Gvir [ministro da Segurança nacional, da ultradireita] para postos-chave, enquanto adotava uma política externa que abertamente ignorava a existência e os direitos dos palestinos”, diz o texto divulgado pelo O Globo.

O jornal avalia que as falhas dos serviços de inteligência e das Forças Armadas vão surgir à medida que os fatos sejam apurados e que haverá pressão para que seus chefes sejam afastados e responsabilizados. No entanto, argumenta que as falhas dos outros setores do Estado não reduzem a centralidade do papel do primeiro-ministro na eclosão da crise, já que é “o árbitro final das questões externas e de segurança de Israel”.

Sobre a guinada à direita do governo do premier, Haaretz lembra que, no passado, Netanyahu adotou o perfil de um líder cauteloso que evitou guerras e muitas perdas de vidas israelenses mas, “após sua vitória na última eleição, substituiu esta cautela pela política de um ‘governo totalmente de direita’ com passos claros tomados para anexar a Cisjordânia, de levar adiante limpeza étnica em partes da área-C definida pelo acordo de Oslo, incluindo as Colinas de Hebron e o Vale do Jordão”.

O Haaretz afirma ainda que o Hamas aproveitou a crescente revolta na Cisjordânia, onde “os palestinos começaram a sentir a mão mais pesada” da ocupação israelense, com a ampliação de assentamentos e aumento do número de colonos judeus no território, perto do Monte do Templo e da Mesquita de al-Aqsa.

O jornal menciona ainda as acusações de que Netanyahu enfrenta na justiça, e sua cruzada para aprovar uma polêmica reforma do Judiciário, amplamente considerada antidemocrática. “um primeiro-ministro denunciado em três casos de corrupção não pode cuidar de questões de Estado, já que os interesses nacionais vão necessariamente ser subordinados a liberá-lo de uma possível condenação à pena de prisão”.

Guerra em Israel

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou guerra no último sábado (7), após ataque surpresa do Hamas. Ele afirmou em uma mensagem de vídeo que a Faixa de Gaza pagará um "preço sem precedentes" pela ofensiva. Essa ofensiva já é considerada uma das maiores recentes contra Israel. O último conflito de grande escala entre Israel e o Hamas ocorreu em 2021, durando 10 dias.A situação na região continua tensa e em constante evolução.

Com informações de O Globo



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES