Jovem relata rotina de abusos sexuais e tortura na prisão síria

As torturas era a parte mais assustadora para o jovem

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O jovem Omar El Shogre experimentou durente três anos um verdadeiro inferno em sua vida. Omar foi submetido à tortura, abusos sexuais e à fome enquanto ficou preso no regime sírio. Hoje livre, ele relatou todo o sofrimento que passou. Em 2012, ele foi preso simplesmente porque era um jovem em um país tomado por manifestações.

Em depoimento Omar, contou que a violência das autoridades começou já no caminho à delegacia. Os agentes lhe perguntavam quantos soldados ele tinha matado e quais armas havia utilizado. Sofreu queimaduras com cigarros, descargas elétricas e golpes com varas de de metal. Quando foi preso, ele tinha apenas 17 anos.

Após sofrer na mão dos soldados ele resolveu se render ao medo e acabou confessando crimes que não havia cometido. E foi transferido para a terrível prisão de Saydnaya. El Shogre relata que, no cárcere, a água e a ração de comida não seriam suficientes nem mesmo para um passarinho. E, para piorar, os abusos eram constantes. Os presos eram forçados pelos guardas a viver uma terrível rotina de abusos sexuais.

" Eles escolhiam dois presos e diziam a um que violasse o outro. Quem se recusasse era executado. Não havia mais opções. Ser violado, violar ou morrer", relatou o ex-detento.

O jovem dividia a cela com outros 35 homens. Eram apenas 25 metros quadrados para todos eles. Não demorou para que viessem as doenças e muitos dos seus companheiros de cela ficassem à beira da morte ou efetivamente falecessem ali mesmo. 

As torturas era a parte mais assustadora para o jovem. Ele conta que muitos presos nunca voltavam à cela quando eram levados para os maus tratos.

O jovem perdeu 35 quilos nestes anos de sofrimento. Ele conseguiu deixar a prisão porque sua mãe reuniu os US$ 15 mil necessários para sua liberação. E quando voltou à realidade, se deparou com mais tragédias de um país em guerra: seu pai e seus dois irmãos tinham morrido no período em que estava preso.

Depois de se recuperar, se aventurou na perigosa rota da imigração e deixou a Síria como refugiado. Passou pela Turquia e decidiu tentar a sorte na Europa em 2015.  Hoje, já ganhou de volta os quilos e trabalha em uma empresa de telefonia móvel. 



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