Jovens deficientes auditivos do CAS, conquistam aprovação na UFPI

Nove foram aprovados e três estão na lista de classificados

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“Alguns alunos já me chamaram de louco, já sofri muito bullying na escola, já chorei muito. Hoje, essa vitória eu dedico à minha família e, principalmente, ao Centro de Apoio Pedagógico ao Surdo (CAS), que foi a base da minha formação.

Aqui encontrei apoio, estrutura, professores e gestão que contribuíram com 90% da minha aprovação. É uma sensação indescritível ver meu nome na lista dos aprovados”, conta emocionado o jovem Yago Pedro, de 18 anos, que nasceu surdo e hoje é exemplo de dedicação e superação ao ser aprovado no vestibular.

Assim como Yago, vários jovens do Centro de Apoio Pedagógico ao Surdo (CAS), instituição mantida pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), têm motivo de sobra para comemorar.

Localizado no bairro Monte Castelo, zona Sul de Teresina, o CAS vem se destacando com diversas atividades realizadas, dentre elas, vale ressaltar o preparatório para o vestibular.

Dos 14 alunos surdos que estão assistindo aulas, nove foram aprovados e três estão na lista de classificados da Universidade Federal do Piauí (Ufpi).

Para Yago, que foi aprovado no curso de Licenciatura em Letras – Libras da Ufpi, ver a alegria dos seus pais com a conquista é motivo de realização. “Para nós foi uma surpresa muito grande a aprovação. Mesmo eles sempre tendo acreditado em mim e no meu potencial, o resultado surpreendeu”, afirma.

A diretora do CAS, Rachel Andrade, comemora a conquista. “A aprovação é reflexo de um trabalho coletivo, onde todos trabalham com o objetivo maior de formar jovens conscientes.

Somos uma família que cresce, trabalha, conquista, cai e levanta unida, ou seja, independentemente do momento ou situação, estamos sempre juntos para desenvolver o melhor trabalho educativo para nossos jovens”, declara a diretora.

superando preconceitos - Yago acredita que não existe preconceito pior do que o do próprio deficiente. “Quando o deficiente acredita que não pode levar uma vida normal, ele perde o estímulo.

Esse preconceito é o primeiro que deve ser combatido. Independentemente de ser surdo, posso viver, estudar. Como homem e cidadão, contribuo para o desenvolvimento do país em que nasci”, afirma.

Para o aluno, ainda faltam cuidado e sensibilidade com os surdos de boa parte da sociedade. “Às vezes me pergunto se eu que estou surdo ou as pessoas em geral.

Uma vez estava subindo em um ônibus e um moço me empurrou, gritou, quando falei que era surdo, nem sequer pediu desculpas. Por outro lado, já encontrei pessoas maravilhosas, sensíveis e de alma boa”, cita.

Ávido de conhecimento, o novo universitário não contém a alegria e ansiedade para que se iniciem logo as aulas. “Os desafios estão aí para ser encarados e superados.

Sei que muitas batalhas estão por vir. Mas não me sinto no direito de desistir, pois muita gente não consegue chegar onde cheguei. Sei que a jornada é longa, mas vou mostrar a todos que sou um vencedor”, fala o estudante.



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