Jovens negras ainda ocupam pouco espaço; 25% delas não trabalham, nem estudam no PI

Uma em cada quatro jovens negras brasileiras entre 15 e 24 anos não estuda ou não trabalha.

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COISA DE NEGRO| Movimento de Teresina que defende a causa da mulher negra e integra militantes em vários projetos | Reprodução
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Uma pesquisa da OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgada esta semana, mostra que uma em cada quatro jovens negras brasileiras entre 15 e 24 anos não estuda ou não trabalha, o que corresponde a 25,3% dessa faixa da população.

De acordo com a diretora de políticas para mulheres da Secretaria da Assistência Social e Cidadania ? Sasc, Sônia Terra, essa é uma realidade observada também no Piauí.

Dentre os principais motivos que justificam essa realidade no Estado está o preconceito étnico. Além disso, são predominantes para configurarem essa realidade a gravidez precoce e ainda a falta de políticas públicas voltadas para essas pessoas.

Além disso, o fato da baixa escolaridade mostrada na pesquisa também justifica o pequeno acesso ao mercado de trabalho.

?A mulher negra tem sido, ao longo da história, vítima de preconceito racial e precisamos de políticas de reparação para melhorar essa realidade, bem como investir em políticas públicas para mudar esse quadro. Precisamos garantir a formação destas pessoas e sua inserção no mercado de trabalho?, disse Sônia Terra.

Segundo o coordenador do grupo Coisa de Nêgo, Giuvano Quadros, a realidade piauienses é ainda mais grave do que a nacional. ?O resultado desse estudo traduz também a realidade piauiense e talvez aqui nós tenhamos dados ainda mais graves.

Hoje nós vemos no quadro de funcionários de lojas, empresas que o número de mulheres negras e não só mulheres está muito aquém do que gostaríamos. O preconceito impera em todo o país e no Piauí é ainda maior?, comentou.

A taxa de mulheres negras que não trabalham ou não estudam é superior à das mulheres jovens em geral (23,1%), dos homens jovens (13,9%) e dos homens negros (18,8%).

Os Estados em que há mais desemprego entre as jovens negras são Pernambuco (36,7%), o Rio Grande do Norte (36,0%), Alagoas (34,9%), o Pará (33,7%) e Roraima (33,2%).

Domésticas avançam nas conquistas

Com os Estados do Maranhão e Piauí liderando o ranking dos Estados com menor número de empregadas domésticas com carteira assinada, a falta de informações sobre o setor dificulta ainda mais a obtenção de avanços para esta categoria.

De acordo com a superintendente regional do Trabalho (substituta), Margarida Alencar, a SRTE precisa de mais dados do setor para que possa mensurar melhor as demandas destas trabalhadoras.

"Ainda faltam dados mais precisos, em nível de Piauí, sobre as trabalhadoras domésticas. As informações que temos são de abrangência nacional.

Precisamos detalhar essa demanda, pois sabemos que ainda há um ranço na sociedade quanto a esse setor: as empregadas domésticas continuam sendo vistas com preconceito", disse a superintendente.

No entanto, Margarida Alencar afirmou que alguns avanços vêm sendo obtidos. "Um exemplo disso é o próprio sindicato da categoria, cuja fundação é recente, e está representando as pessoas que fazem parte dessa área.

Também vivemos a expectativa pela ratificação da convenção 189 da OIT, que reconhece o valor econômico e social do trabalho doméstico. O Uruguai, por exemplo, já aderiu à convenção".

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) dão conta de que, apesar de sua importância nas famílias, em nenhuma unidade da federação o índice de domésticas com carteira assinada alcança 40%.

Essas porcentagens são maiores em São Paulo (38,9%), Santa Catarina (37,6%) e Distrito Federal (37%). Os piores resultados estão no Amazonas (8,5%), Ceará (9,3%), Piauí (9,7%) e Maranhão (6,7%).

Para ajudar empregados domésticos e as demais categorias, a SRTE tem um plantão de informações trabalhistas, disponível de segunda a sexta, no horário das 08h às 12h, com a função de prestar esclarecimentos ao público.



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