Justiça cassa pensão de filhos de petista morto por agente penitenciário

No final de março, a AGU entrou com recurso contra a decisão que havia autorizado pagamento de pensão aos filhos do guarda municipal.

Guarda Municipal foi morto a tiros por agente penitenciário em Foz do Iguaçu | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) cassou, na segunda-feira (17), a pensão alimentícia paga pela União a três dos filhos do guarda municipal Marcelo Arruda, morto a tiros em julho de 2022, pelo agente penitenciário Jorge Guaranho, durante sua festa de aniversário de 50 anos, com tema do PT, em Foz do Iguaçu. 

No final de março, a Advogacia Geral da União (AGU) entrou com recurso contra a decisão que havia autorizado pagamento de pensão no valor de R$ 3.936,49 por mês às mães das crianças, de 8 meses e 7 anos, e do adolescente, de 17 anos. Contudo, segundo o TRF-4, os filhos já recebem pensão paga pelo município de Foz do Iguaçu no valor de R$ 4.799,16.

"Foram instituídos benefícios de pensões em favor dos dependentes previdenciários do referido servidor [pagos pelo município]", cita a decisão da desembargadora Gisele Lemke. A defesa da família de Marcelo Arruda informou que vai recorrer.

O pagamento da pensão por parte da União havia sido determinada em fevereiro deste ano, pela Justiça Federal. Segundo a decisão, a arma usada para cometer o crime é de propriedade da União. Os valores, calculados com base no salário de Arruda, seriam pagos até que as crianças completassem 21 anos. 

Na decisão, o juiz alegou que há responsabilidade do Estado por omissão já que o assassino era servidor, ainda que fora de serviço. "[Os valores pagos em pensão] devem ser suficientes a manter o nível de vida que [os filhos de Arruda] possuíam até o falecimento do seu genitor".

Segundo a defesa da família,a pensão paga por Foz do Iguaçu é previdenciária e a pensão da União é alimentícia, o que não justifica a suspensão do pagamento. "A pensão previdenciária é devida em função do vínculo com o município. Já a pensão alimentícia está relacionada ao crime praticado pelo agente da União. O entendimento dos tribunais é de que essas pensões podem ser acumuladas.", informou o advogado da família de Arruda, Daniel Godoy, em reportagem do UOL.

Sobre o crime

O crime aconteceu em 9 de julho de 2022, quando o agente penitenciário Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), invadiu a festa do guarda municipal atirando após discussão entre os dois, ocorrida momentos antes. O tema da festa era alusivo ao PT e a Lula. Os autos do processo de investigação acusam Guaranho de homicídio e qualificam o crime por motivo fútil. O acusado deve ir a júri popular.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES