Lei quer proibir canudo de plástico em Teresina

Ideia busca proteger a fauna dos oceanos

Empresário mostra opções para canudo de plástico | Arquivo pessoal
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Você sabia que a maior praga da atualidade é o plástico? Responsável pela morte de animais do plâncton até às baleias, que terminam ingerindo partículas plásticas e morrendo por asfixia ou hemorragias, o plástico demora um bom tempo para decompor. O problema é que o aglomerado de polímeros está em praticamente tudo do cotidiano das pessoas, mas os animais não podem esperar. 

Para reverter esta situação, muitas cidades do mundo estão proibindo o uso de plásticos descartáveis, como o canudo. Em Teresina já existe um projeto de lei (Nº 30/2019) de autoria do vereador Lázaro Carvalho (PPS), que quer, inclusive, aplicar multa a estabelecimentos que utilizem o item para servir bebidas.

Canudo de plástico pode estar com os dias contados. Crédito: Léo Vilari.

O projeto havia sido rejeitado em 2018. “Esse projeto foi protocolado ano passado e derrubado na comissão de constituição e justiça. Estamos em um novo ano, e de dois em dois anos mudamos os componentes das comissões. Então reapresentei o projeto com a expectativa que a Câmara mude o entendimento”, aponta Lázaro Carvalho.

O vereador do PPS acredita em uma mudança positiva com as novas comissões, com direito a reavaliação da matéria proposta. “A Comissão de Saúde e Meio Ambiente deram parecer positivo. Este ano, estou como vice-presidente desta Comissão, onde Lobão é o presidente”, acrescenta.

Veredor Lázaro Carvalho. Crédito: Lucrécio Arrais.

Lázaro ressalta que esta ideia já é uma realidade em outras cidades brasileiras. “A ideia não é nova. Existe em vários municípios, como o Rio de Janeiro. Inclusive quem usa canudo de plástico leva multa por lá. E nossa ideia é essa. O plástico é um dos produtos que mais demora para se decompor. Também está associado ao câncer, por liberar substâncias tóxicas. Após esse acidente de Brumadinho, vimos na prática como dejetos podem chegar longe. Em Teresina não é diferente. O plástico que usamos aqui e vai para o rio certamente desemboca em Luís Correia e prejudica os oceanos”, justifica.

Empresas de Teresina já produzem canudos de papelão

Em Teresina já existe uma opção biodegradável de canudos descartáveis. Em entrevista ao Programa Banca de Sapateiro, o empresário Daniel Alves mostra que o canudo de papelão é mais vantajoso para o meio ambiente. "O canudo é uma problemática há várias décadas. É um terror o que ele causa ao meio ambiente, matando muitas espécies marinhas. Viralizaram fotos horríveis na internet de animais que acabaram ingerindo plástico. Então o canudo de papelão aparece como uma boa opção, porque o canudo plástico demora até 500 anos para se decompor, enquanto que o de papelão demora apenas 18 meses", explica.

Daniel Alves em entrevista à Banca de Sapateiro. Crédito: arquivo pessoal.Existe também o canudo em inox, que não é tão portátil e exige uma limpeza cuidadosa. "Eu indico o canudo permanente, de inox, como ambientalista. No Brasil, começou a proibição dos canudos no Rio de Janeiro e Fernando de Noronha. O Distrito Federal começou esse mês. Estamos caminhando a passos lentos, mas a tendência é que daqui cinco anos não exista mais canudo de plástico no Brasil", estima o empresário. 

Glitter: o veneno do Carnaval

Se um canudo plástico traz todos esses problemas, imagine micropartículas plásticas que impregnam na pele por dias. Isso mesmo, o glitter do carnaval não vale o brilho que carrega. Altamente tóxico para os oceanos, as partículas coloridas descem ralo abaixo como veneno para peixes e outros animais de água doce e salgada.

Crédito: Pixabay/maryamassimi.

Um movimento internacional tem pedido para que as pessoas usem menos glitter, ou que optem por marcas biodegradáveis que adotaram a ideia de um Carnaval sustentável. O material também é prejudicial aos seres humanos, que podem aspirar a substância sem perceber.

Em entrevista à BBC, a pesquisadora e especialista em ecologia urbana, Trisia Farrelly, da Universidade de Massey, Nova Zelândia, aponta que existem pesquisas recentes que apontam que não só o plâncton, como também ostras e mexilhões, são afetados pela presença de microplásticos no oceano. 



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