Mãe coleta papelão há 5 anos para manter filho em curso de Medicina

Jovem de 22 anos foi aprovado em universidade privada

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Evanildes Maria da Silveira, de 48 anos, iniciou há cinco anos um trabalho de coleta de papelão pelas ruas e empresas no interior da Bahia. Os materiais recolhidos são comercializados para reciclagem. O dinheiro obtido é usado para manter os estudos do filho, um jovem de 22 anos que cursa medicina na cidade de Aracaju, capital de Sergipe.

A mulher  trabalha como merendeira em uma escola pública de Coité. Funcionária terceirizada, enfrenta constantes atrasos nos salários. Ela diz que já chegou a ficar seis meses sem remunerações. “Por conta disso, a dificuldade é maior. Com meu filho estudando, eu precisava me programar”, explica.  Por meio do conselho de uma colega de trabalho, que já atuava em reciclagem, foi às ruas atrás de um complemento na renda.

O filho de dona Evanildes conseguiu bolsa integral em uma universidade privada de Aracaju, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni). Apesar de não ter custos com mensalidades, tem de arcar com os materiais de estudo, além de aluguel e manutenção pessoal.

A mãe detalha que Prefeitura Municipal de Coité concede uma ajuda de custo no valor de R$ 300, por meio do Programa de Apoio ao Estudante (PAE). Entretanto, o valor não é suficiente para todas as despesas. Por isso, Evanildes dobrou as mangas e foi às ruas.

“Faço com muito orgulho. Não tenho vergonha por isso. Houve pessoas que viraram a cara, mas não há do que eu me envergonhe”, atesta. O trabalho ocorre de domingo a domingo.  Com a ajuda da mãe, o filho já completou dez semestres do curso de medicina e tem com previsão de formatura o segundo semestre de 2016.

Tio do estudante, José Carlos da Silveira, de 59 anos, também ajuda nos trabalhos de coleta, mesmo com uma deficiência em uma das pernas. “Fazemos para dar uma ajuda na manutenção. Puxo a carrocinha com o peso de domingo a domingo. Para mim, tem sido uma grande fase de fisioterapia”, diz.

José Carlos detalha, que ao lado da irmã, coleta mais de duas toneladas de papelão por mês.  “Fazemos com grande satisfação. Ele [o sobrinho] é um menino inteligente e admirado por todos. A cidade toda tem uma coisa boa para contar sobre ele”, afirma orgulhoso.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES