“Malhação de Judas” lembra tradição do sábado de aleluia e diverte teresinenses

O frei Cícero, residente da Paróquia São Raimundo Nonato, no Bairro Piçarra, zona Sul da cidade, confirma que aos poucos a malhação de Judas está se perdendo.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Em todo o Brasil, o Sábado de Aleluia, momento de celebração da igreja católica, é marcado pela tradicional “Malhação de Judas”. O costume, introduzido na América Latina pelos espanhóis e portugueses, consiste em surrar uma reprodução do apóstolo Judas Iscariotes, o traidor mais conhecido do mundo. Na cidade de Teresina, poucas pessoas continuam a tradição.

O frei Cícero, residente da Paróquia São Raimundo Nonato, no Bairro Piçarra, zona Sul da cidade, confirma que aos poucos a malhação de Judas está se perdendo.

“Hoje, é muito raro encontrar um boneco do judas. Lembrando que nossa cultura antiga está acabando por conta de muitas coisas novas, e é importante que não encerre. Acredito que o novo pode vir, mas não deve acabar as tradições que são base da nossa história”, afirma.

Procurando bastante pela cidade, ainda é possível encontrar famílias e amigos que seguem a tradição. No bairro Promorar, zona sul da capital, a população se une para que a tradição não morra, e, ao mesmo tempo, relembram o valor da amizade.

Os sete amigos, dentre eles, Fábio Bezerra e Flávio Santos, todos os anos confeccionam o boneco de judas e o fixam sempre no mesmo ponto. Flávio, que trabalha como agente de portaria, conta que os amigos realizam um trabalho minucioso. “Pegamos colchão, camisas, calças e tênis de todos os amigos colaboradores que não usam mais. É sempre uma tradição”, diz.

O pedreiro Fábio explica, que, no ano de 2015, a confecção do boneco teve uma baixa. Uma das causas foi a perca do grande amigo. “O Daniel era a pessoa que ficava a frente e a gente ajudava. Porém ele faleceu, e mesmo com sentimento de tristeza, não quisemos acabar com o costume”, conta.

A dona de casa e esposa de Fábio, Rosário Maria, relata emocionada a importância de não acabar com o projeto de Daniel. “Quando vejo esse momento, só passa a minha cabeça a imagem dele. E a tradição é muito antiga, por isso os amigos não querem que morra, pois dá uma animada na rua”, explica.

O mesmo acredita o pedreiro, que sente na Malhação de Judas a união entre família e amigos. “Faço desde criança, além de ser uma diversão e tradição pra gente”, finaliza.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES