Médico reconhece que homem atingindo por vergalhão no crânio se salvou por milagre

O jovem chegou ao hospital com um vergalhão de 1,2 metro de comprimento e 2 cm de espessura atravessando o cérebro.

Homem atingindo por vergalhão. | Reprodução
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?Quase não acreditei no que vi. Teríamos que fazer um trabalho heroico para aquele rapaz não morrer?. A declaração é do médico Ruy Castro Monteiro da Silva Filho, 47 anos, chefe da neurocirurgia do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, que no dia 15 coordenou a equipe que salvou a vida do operário Eduardo Leite da Silva Duarte, 24.

O jovem chegou ao hospital com um vergalhão de 1,2 metro de comprimento e 2 cm de espessura atravessando o cérebro.

Cristão, o médico acredita que um conjunto de fatores contribuiu para que Eduardo, que já está na enfermaria, sobrevivesse: ?Milagre, a rapidez e eficácia dos primeiros socorros prestados pelos bombeiros ? que serraram um pedaço do vergalhão de 2 m ? e a decisão de como retirar aquilo?.

O desafio inicial era definir o processo da retirada. ?Estávamos diante de uma situação inusitada. Optamos por retirar pedaço de osso da parte superior da cabeça que envolvia a peça e depois a puxamos cuidadosamente. Toda cirurgia, incluindo a reconstituição do nariz e face, durou cerca de cinco horas?, conta Ruy, lembrando que o paciente chegou ao hospital lúcido e falante.

Os procedimentos, feitos com mais dois neurologistas, dois anestesistas e dois cirurgiões buco-maxilo-faciais, precisavam ser minuciosos. Afinal, poucos centímetros separavam a vida de Eduardo da morte ou da tetraplegia ? ausência de movimento do pescoço para baixo.

?Por apenas um centímetro a vítima não ficou cega, por três, tetraplégica e por cinco, com o coração ou pulmão perfurados. Qualquer deslize nosso poderia ser fatal?, ressalta.

Natural de Niterói, Ruy, que já participou de mais de 300 cirurgias de alta complexidade ao longo dos 23 anos de carreira, divide a bem-sucedida missão com sua equipe, que chega a 14 profissionais.

?Faz parte da nossa rotina?, explica. Por semana, a equipe faz, no mínimo, quatro operações dramáticas. ?Há pacientes que chegam aqui em estado gravíssimo, pior que Eduardo. Em coma, por exemplo?, relata.

Segundo o médico, Eduardo se recupera bem, com previsão de alta para quinta-feira. Por enquanto, ele ainda corre risco de ter complicações, como infecções, meningites ou abscesso cerebral (infecção com pus).

?Se em duas semanas após a cirurgia, tudo correr bem, dificilmente ele terá sequelas?, afirma Ruy, explicando, porém, que ele precisará de acompanhamento psicológico por algum tempo. Bem humorado, Eduardo arrancou risos do chefe da equipe que o salvou no dia seguinte à operação. ?Ele abriu os olhos e disse: tua barba está legal, parecida com a minha?.



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