Médico “palhaço” de hospital público conquista pacientes com músicas e piadas na emergência

Médico “palhaço” de hospital público conquista pacientes com músicas e piadas na emergência

Avalie a matéria:
Doutor Davi Rodrigues | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Acostumado com o ambiente estressante de emerg?ncia hospitalar, o m?dico cirurgi?o Davi Celso Rodrigues, 41 anos, chegou a conclus?o de que poderia fazer mais por seus pacientes. Quando assumiu a diretoria do HRGU (Hospital Regional do Guar?), decidiu que n?o iria fazer apenas o trabalho administrativo. Ap?s o pedido de licen?a de dois m?dicos, ele acumulou o trabalho administrativo com o of?cio para o qual se formou. Atendendo aos pacientes na Ala de Observa??o da Emerg?ncia, teve uma inquietude dos tempos de estudante.

? Quando eu ainda estava na faculdade resolvi chamar alguns colegas da medicina e da psicologia para fazer um projeto social. A ideia era se vestir de palha?o e passar pelas alas do hospital tentando levar um pouco de alegria aos pacientes. Mas n?o tive coragem de tocar o projeto adiante. Fiquei com vergonha e engavetei a ideia.

Os anos se passaram e as obriga?es aumentaram. A rotina corrida do m?dico o absorveu, mas n?o eliminou a vontade de transformar o ambiente de trabalho em um lugar mais agrad?vel. No dia que sentou na cadeira do consult?rio para atender os pacientes no Guar?, a ess?ncia do ?m?dico palha?o? veio ? tona.

? Eu olhei para o teto e pensei que talvez pudesse instalar caixas de som na ala. Fui numa loja, comprei al?m das caixas, um amplificador, um aparelho de DVD e um microfone. Dal? em diante esta ala n?o foi mais a mesma. E n?o foi mesmo. Rodrigues colocou uma m?sica para tocar e a chamar os pacientes pelo nome no microfone. Era o que ele precisava para explorar o lado extrovertido da sua personalidade e levar mais do que rem?dios aos pacientes.

Enquanto conversava com a reportagem, a m?sica de Djavan acabou e ele pediu licen?a para trocar de can??o. E deu uma demonstra??o pr?tica do que faz todos os dias no Hospital do Guar?. Com o microfone ele anunciou, ?esta m?sica vai para o Felipe, torcedor do Internacional?.

O paciente, acamado por causa de uma pneumonia, gritou do outro lado da sala, ?valeu doutor?. E Rodrigues n?o oferece s? m?sicas. Ele brinca com os colegas, pede para o acompanhante beijar o paciente e at? pede dan?a no meio da sala onde normalmente se ouve gemidos de dor.

? Foi a forma que eu encontrei para melhorar a nossa rotina e a experi?ncia do paciente dentro do hospital. E certamente o maior beneficiado sou eu. N?o h? nada que pague ser abordado na rua e ser reconhecido como o m?dico do microfone, aquele que canta no hospital.

Por causa de um gesto simples, Davi Rodrigues foi o servidor mais elogiado na ouvidoria da Secretaria de Sa?de do DF. O t?tulo lhe rendeu o Pr?mio Reconhece SES 2013 e a certeza de que estava fazendo a coisa certa. Felipe Urio Fonseca, o torcedor do Internacional, tamb?m tem certeza disso.

? Eu nunca havia me internado em um hospital p?blico. Quando o dia amanhece e o doutor Davi chega, tudo muda por aqui. O clima fica mais tranquilo, os funcion?rios atendem com mais calma e a m?sica ajuda muito a gente a n?o ficar pensando s? na doen?a. Se todos fossem assim, os hospitais p?blicos seriam bem melhores.

A t?cnica de enfermagem Neusilene Souza trabalha h? nove anos no Hospital do Guar?. J? passou por v?rias gest?es, mas faz quest?o de dizer que hoje a m?sica ? uma aliada no tratamento dos pacientes.

? A gente chega aqui e encontra um ambiente estressante. Muitos pacientes, muitos atendimentos e muita gente sofrendo. A ideia do doutor Davi s? ajudou a gente, porque quando a gente vai atender o paciente ele j? est? mais tranquilo e passa menos tempo internado. O bom humor ajuda, responde sorrindo.

Agora, doutor Davi quer expandir o projeto. Ele pretende instalar aparelhos de TV na Ala de Observa??o da Emerg?ncia, mas n?o para deixar nos canais comuns. Ele quer montar um DVD com show de humoristas e filmes de com?dia sem apelo sexual. Para isso pede ajuda.

? A gente quer transformar a estada do paciente aqui dentro em algo que traga menos sofrimento. Por isso quero instalar as TVs aqui dentro. Se algu?m puder ajudar pode enviar mensagem para o meu e-mail (davisouzacruz@bol.com.br).



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES