Meditação ajuda na concentração dos vestibulandos

A prática do yoga e da meditação tem sido usada por estudantes para conseguir manter a calma e controlar a ansiedade durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

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Os olhares dos milhões de vestibulandos estão direcionados para as provas do Enem 2019, que serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro.  No decorrer desse tempo, acreditar no próprio potencial permite que todo o conteúdo estudado seja assimilado de modo proveitoso. Também cabe ao participante manter a calma, concentração e principalmente o controle da ansiedade. 

Pensar no corpo e na mente pode aliviar tensões que atrapalham na realização de testes. O yoga e a meditação são técnicas que, unidas, têm uma função de melhorar não apenas a relação do indivíduo com seu corpo, mas também de fazer com que entenda melhor sua mente e seus sentimentos.

Crédito: José Alves Filho

Juliana Fiúza, professora de Yoga e Meditação, cita a expressão de sentimentos e o apoio dos pais como importantes ferramentas que contribuem para autoestima dos filhos, ideais para que eles abandonem a insegurança no momento da prova. “Às vezes, uma pequena frase e entendimento do que está causando angústia, faz total diferença na forma que ele lida com desafios”, disse. 

Procurar essas práticas que trabalham o corpo e a mente ajuda na quebra da tensão e podem ser feitas em casa.  “O que pode mudar sua vida é começar com a observação da respiração. Você vai saber se está respirando bem ou não, percebendo  que sua respiração é curta, e vai sentir a necessidade de respirar profundamente”, disse.

Calma e tranquilidade

Rebeca Oliveira está no último ano do Ensino Médio. Como já participou do Enem como treineira, está familiarizada com a dinâmica dos dias e horários. “É uma prova que as pessoas colocam muita expectativa, que define o futuro, e isso nos deixa muito ansiosos”, comenta.

A espera da nota que atinja o curso idealizado, medo de decepcionar a família e a pressão da sociedade são, para Rebeca, um peso que se coloca em algo que pode ser enfrentado de forma simples. Na sua turma, alguns alunos esperam cursos que exigem notas relativamente altas, o que acaba deixando-os nervosos e apreensivos. Hoje em dia, Rebeca lida com tranquilidade, mas nem sempre foi assim.

Crédito: José Alves Filho

Para lidar com a ansiedade, que ocasiona até mesmo tremores na jovem, ela foi em busca de atividades para aliviar as tensões. “Conheci o yoga e a meditação, fui procurar saber e comecei a fazer sem esperar muitos resultados”, falou.

A diminuição das crises e tremores fez Rebeca se conectar de uma forma profunda com sua mente e com o corpo. “Eu não tinha tanta presença na minha respiração quanto tenho agora, e isso estou fazendo. Mudei minha alimentação, tornando-me vegetariana, e tudo foi de uma forma sincronizada”, conta.

Antes, durante as crises, sentia apenas a necessidade de falar. Agora, também se concentra na respiração e tem até mesmo um lugar que serve como refúgio em sua própria mente. “Quando a ansiedade ficou intensa, me passaram remédios que davam sono e não estavam me fazendo bem, percebi que posso  tratar com o que tem dentro de mim”, explica.  

Dicas que ajudam a manter a calma

Nos momentos finais de preparação para o Enem, a professora de Yoga, Juliana Fiúza, sugere que o vestibulando prepare os materiais para a realização do exame com antecedência, durma cedo, se alimente bem, evite açúcar e também relaxe por determinado momento, deixando de pensar na prova ainda não aplicada. 

Focar no momento presente, ter contato com a natureza, realizar atividades como dança e ouvir música também ajudam a fugir do nervosismo. Para seguir a meditação e o Yoga, alinhar a postura para que flua melhor e verificar se ela está instável são fontes necessárias. “Sorrir também ajuda. No momento em que você sorri, coloca todo ar para fora, e isso traz um relaxamento grande para o corpo, um super exercício de respiração para o corpo e o sistema nervoso”, assegura. (A.S.)

Crédito: José Alves Filho

Muito mais que respiração

Juliana explica sobre a meditação, uma técnica que se refere a não somente uma, mas a diversos tipos de práticas. “Quando você vê uma pessoa sentada de pernas cruzadas, isso é só o que você enxerga externamente”, disse.  

Na verdade, naquele momento, existe toda uma preparação. Juliana assemelha com um tenista quando está em plena prática do esporte, resultado de vários exercícios que contribuem para um melhor desempenho. 

A meditação tem basicamente quatro categorias. “Existe o exercício em que estou entrando dentro de mim, saindo dos meus órgãos do sentido, que nos puxam para fora”, explicou a professora de Yoga. 

São as ações dos olhos, tato e audição, que se encontram voltados para o mundo externo, ela explica.

“O primeiro  passo da meditação é começar a trazer esses sentidos para dentro. Começar a  fazer com que eles se internalizem”, disse Juliana. 

Crédito: José Alves Filho

Isso é feito quando se começa a perceber a respiração, seu som, sensação e até mesmo uma visualização, de olhos fechados, do pulmão em movimento.  “Seria como focar toda atenção para si. Depois a meditação parte para a concentração, onde o sujeito passa a se concentrar nos aspectos internos e a desenvolver o foco”, disse.

Juliana relata que nos distraímos facilmente. Durante uma conversa com alguém, a partir do momento em que não estamos mais ouvindo o que outra pessoa está falando, e pedimos para que ela repita, ou durante uma leitura, no instante em que lemos o mesmo parágrafo que acabara de ser lido.

“Na atividade, a gente vai aprendendo a se concentrar. E você também pode fazer isso de olhos abertos. Colocando a chama de uma vela e ficar durante 10 ou 20 minutos com a mente conectada, observando o movimento que ela faz juntamente com a respiração”, ensina 

Existem também as meditações em que se utilizam os mantras, as frases curtas que são repetidas no momento do exercício. Deve-se repetir primeiro em voz alta, depois no subvocal, e por último, na mente. “Fornecendo um pensamento só para a minha mente por 10 minutos, e toda vez que a  mente for embora, trago-a de volta”, ensina Juliana. 

Segundo a professora, isso nos torna capaz de despistar a distração no caso, em uma sala de aula, nos faz entender melhor as explicações passadas pelo professor. 

“A meditação vai servindo para tudo isso e também como um laboratório para entender as próprias emoções. Tem muita gente que não sabe o que sente. Se está ansioso, com medo, nervoso ou angustiado”, falou. No processo de exercício, os sentidos se atiçam juntamente com a capacidade de uma melhor visualização que informa de onde vêm os medos e quais medidas apropriadas precisam ser tomadas. (A.S.)



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