Medo de dentista: Problema é comum e afeta todas as idades

Medo de dentista: Problema é comum e afeta todas as idades

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Dentista | José Alves Filho
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Mesmo sabendo que a saúde da boca é fundamental para garantir a saúde do restante do corpo e que a falta dela pode levar a inúmeros problemas, inclusive do coração, muita gente ainda adia a ida ao dentista ou só procura atendimento deste profissional quando sente dor.

Este temor de dentista é um fenômeno conhecido, mas para aqueles que nem cogitam marcar uma hora com esse profissional, a situação é complicada. 

Ele é um dos principais motivos que afastam os pacientes dos tratamentos e acomete todas as idades, desde crianças, adolescentes, adultos e idosos. 

Eles chegam, por muitas vezes, na porta dos consultórios, mas dão meia volta, porque marcar uma consulta pode não ser a coisa mais agradável a fazer quando se tem fobia de dentista.

Esse pavor remonta desde os primórdios da Odontologia, onde não haviam recursos como anestésicos e, como em qualquer procedimento cirúrgico da época, a dor era um acontecimento intimamente ligado à prática dentária, é o que coloca o mestre em Ciências da Saúde, Marconi Raphael Rego.

“Desde sempre existiu esse medo. E o destaque nos primórdios era para as extrações dentárias”, explica o mestre, ao ressaltar que o conhecimento e a informação são duas práticas que, se bem utilizadas, levarão a quebra dessa ideia que ainda povoa o imaginário popular.

Porém, em casos onde não exista essa relação de conhecimento e informação e ainda uma cultura da prevenção, é provável que haja problemas bucais, como dor, infecções e abscessos. Outras complicações mais sérias também têm relação com a atenção que as pessoas dão para a saúde da boca.

“Há inúmeras patologias sistêmicas que traçam uma correlação direta com a saúde bucal. Sabe-se hoje que problemas dentais e gengivais podem estar relacionados à endocardite bacteriana, a ocorrência de partos prematuros e problemas articulares à distância”, acrescenta Marconi Raphael Rego.

Quando se tem o hábito de procurar o dentista apenas quando o dente dói, e o problema já está instalado, nem sempre é possível garantir um atendimento sem desconforto.

Medo não é exclusivo dos dentistas 

A correlação entre dor e procura por atendimento não é exclusividade da prática odontológica. O dentista Marconi afirma que, geralmente, a população procura tratamento nas diversas especialidades quando da ocorrência de um evento digno de nota. “As duas principais motivações para a procura ao Cirurgião-Dentista ainda são a dor e a estética”, diz ele.

O dentista destaca ainda que é preciso fazer notar a população que a prática odontológica é eminentemente intervencionista, ou seja, muito raramente se vai ao consultório odontológico em busca de uma consulta onde o profissional não tenha que intervir diretamente na cavidade bucal. “Por isso que a denominação Cirurgião-Dentista se aplica com mais fidelidade ao metiê da profissão”, acrescenta.

Os cuidados com a higiene bucal diária não devem ser relegados. O uso da escova e do fio dental após as principais refeições, bem como visitas regulares ao seu dentista, são medidas profiláticas importantes.

Odontofobia é um problema grave 

Entende-se por “fobia” o medo irracional que leva uma pessoa a evitar situações, objetos ou atividades desagradáveis. Neste caso, o medo de dentista pode ser um problema grave, pois, não ser capaz de passar por exames bucais, pode afetar a saúde dental e o bem-estar geral, e isso pode ter consequências graves.

Para o dentista Marconi Raphael Rego, não se deve conceituar esse medo como fobia. Ele comenta que a melhor definição é de um medo objetivo ou subjetivo, eivado de crenças e mitos que provoquem em alguns uma aversão aos procedimentos dentários.

“É nesse momento que se precisa rever, inclusive, as figuras as quais associamos a prática odontológica. Para se ter uma ideia, a padroeira dos dentistas é Santa Apolônia, uma jovem submetida ao suplício de ter seus dentes arrancados por seu algoz. O patrono da Odontologia brasileira tem como alcunha Tiradentes”, coloca.

Profissionais devem passar confiança aos pacientes 

Pinças, brocas, alicates, seringas e agulhas. Esses são alguns dos instrumentos usados pelos dentistas. O uso deles também amedronta os pacientes. 

É comum, por exemplo, que crianças fiquem assustadas na primeira ida ao consultório odontológico, pois os adultos costumam dizer que os profissionais usam brocas e aplicam seringas na boca das pessoas.

Uma conversa franca com o dentista sobre os medos pode melhorar a relação entre o paciente e o dentista. Marconi explica que tanto a conversa como a habilidade do profissional fazer a ausculta desses temores, passando ao paciente a confiança, a sua sensibilidade e seu entendimento quanto ao seu 

sofrer, seja no âmbito objetivo ou subjetivo, costumam criar um ambiente favorável a desenvolvimento de um tratamento mais tranquilo ao paciente, muito embora possa haver momentos de incômodo, mas suplantáveis, no decorrer do tratamento.

"A depender do grau de comprometimento psicológico que envolva tais temores, pode ser de bom tom buscar ajuda de outros profissionais, como psiquiatras e psicólogos, para dar suporte e vazão a tais temores.

Esses medos podem estar correlacionados a outros fatores, distantes, inclusive, em crenças e tabus advindos de outras fontes, não necessariamente de um trauma anterior", declara o dentista.



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