Para tratar filho de 5 anos com tipo agressivo de câncer,família piauiense se muda para Roma

União. Junto com Caio viajam os pais, Lara e Leonardo

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Para tratar leucemia, família se muda para Roma | Divulgação
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"União. Junto com Caio viajam os pais, Lara e Leonardo"

O avião da empresa TAP parte de São Paulo com destino a Roma levando a bordo um passageiro especial: Caio Augusto Rodrigues Pereira, de 5 anos. O menino tem um tipo severo de leucemia e se mudou temporariamente para a capital italiana, onde vai se submeter a uma pesquisa clínica que avalia uma nova droga para a doença.

Com Caio viajaram seus pais, Lara Cecília de Albuquerque Rodrigues, de 30 anos, e Leonardo Augusto Pereira, de 36. Deixaram no Brasil, aos cuidados da avó materna, o irmão caçula de Caio, Leonardo, de 1 ano e meio.

Esta foi a primeira viagem internacional da família, que mora em Teresina (PI), mas tem passado muito tempo em São Paulo por causa do tratamento. Lara, que é bancária, está afastada do emprego e recebe um auxílio-doença do INSS. Leonardo, advogado autônomo, praticamente deixou de trabalhar para se dedicar ao filho.

Na bagagem da família embarcaram roupas de frio e o videogame de Caio ? indispensável para mantê-lo ocupado, já que atividades ao ar livre são arriscadas. Devem ficar em Roma de dois a três meses.

A doença. A leucemia linfoide aguda (LLA) foi diagnosticada em Caio quando ele tinha 2 anos e 4 meses. Em 80% dos casos, a doença é eliminada com sessões de quimioterapia, mas Caio está entre os outros 20% de casos mais complexos. Precisou passar por um transplante de medula ? o doador foi o irmão. O bebê doou as células do cordão umbilical e as da medula óssea quando tinha 7 meses.

Por nove meses, Caio voltou a ter uma vida normal, sem a doença. A decisão de participar da pesquisa em Roma veio após um exame de rotina apontar que a doença havia voltado ? e estava mais agressiva. "Foi um baque, pois ele estava muito bem clinicamente, não sentia nada", lembra a mãe.

Caio precisará ser submetido a um outro transplante de medula, com outro doador, mas para isso deverá estar sadio. Por isso, imediatamente voltou a passar por sessões de quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês, onde faz o tratamento, na expectativa de eliminar as células doentes. Não obteve sucesso.

Os médicos tentaram um novo protocolo de tratamento e importaram outro tipo de agente quimioterápico, mas também não conseguiram bons resultados. Era preciso pensar em nova opção.

O hematologista Vanderson Rocha, que cuida de Caio, propôs mais uma alternativa: há uma pesquisa clínica de uma nova droga em andamento na Itália ? um dos principais centros de hematologia pediátrica do mundo (leia mais nesta página).

"Os resultados preliminares do uso do Blinatumomab se mostraram promissores. Houve remissão da doença em cerca de 80% dos pacientes. É um índice muito alto. A gente tinha de tentar", defende o hematologista Rocha.

Lara e Leonardo não pensaram duas vezes. Pagaram os 32 mil (cerca de R$ 99 mil) que o hospital exigiu para admitir Caio na pesquisa com parte da verba arrecadada na campanha "Ajude Caio", que teve início ainda no começo da doença do menino. Por se tratar de pesquisa, a medicação não é cobrada, mas todos os outros gastos hospitalares, sim.

Além disso, os pais tiveram de desembolsar mais de R$ 1o mil pelas passagens, fora os gastos com hospedagem, transporte e alimentação.



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