Mesmo com vacina e tratamento raiva já matou duas pessoas no Brasil em 2023

Foram registrados 45 casos de raiva humana no Brasil, sendo que cinco deles ocorreram entre janeiro e outubro de 2022.

O vírus ataca o sistema nervoso central | Secretaria de Saúde DF
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A raiva é uma grave doença infecciosa viral que possui uma taxa de mortalidade de 100%. Essa enfermidade afeta exclusivamente mamíferos, incluindo os seres humanos, e é transmitida por meio do contato com o vírus presente na saliva do animal infectado, geralmente através de mordidas, lambidas e arranhões.

Caso medidas preventivas adequadas não sejam tomadas o mais rápido possível, o vírus ataca o sistema nervoso central, resultando na inflamação do cérebro e de outros órgãos. Nesse estágio, o tratamento já não é eficaz. Portanto, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente após ser mordido ou entrar em contato com um animal suspeito de estar infectado, a fim de avaliar a situação e determinar o curso de ação necessário.

A vacinação e, quando indicado, o uso de imunoglobulina ou soro antirrábico, juntamente com outros cuidados, podem prevenir a doença. No entanto, é lamentável que, devido à falta de informação, a raiva ainda cause a morte de cerca de 70 mil pessoas anualmente em todo o mundo, mesmo sendo uma doença evitável.

No primeiro semestre de 2023, o Brasil registrou pelo menos duas mortes por raiva, o que acendeu um alerta sobre a falta de informação entre a população. Essa doença pode ser prevenida e tratada, desde que a busca por ajuda ocorra no tempo adequado.

Em fevereiro, um agricultor de 36 anos foi mordido por um macaco sagui no Ceará, porém só procurou atendimento no final de abril, quando os sintomas da doença já haviam começado, e infelizmente era tarde demais. Em abril, um criador de gado de 60 anos, em Mantena, no Leste de Minas Gerais, também recebeu o diagnóstico de raiva humana, dias após manusear um bezerro com comportamento atípico. Quando chegou aos serviços de saúde, o quadro já estava em estado grave e ele acabou falecendo.

Diante desses casos, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) tomou a iniciativa de criar um informativo sobre a doença.

— A gente teve dois casos de pessoas que morreram de raiva esse ano. É muito para uma doença que é totalmente evitável. As pessoas que morreram chegaram tarde demais para procurar atendimento médico. E isso é o que faz a diferença — disse Isabella Ballalai, diretora da SBIm

— A diferença entre o animal e a gente é que o animal toma a vacina anualmente como rotina e não é o mesmo imunizante. Em geral, nós só temos que tomar se passarmos por uma situação de risco. Não há vacinação rotineira porque não precisa. De quando você sofre o acidente até ter a doença demora de 2 a 7 dias, mas pode demorar um mês, até um ano, embora seja raro. Ou seja, dá tempo de tomar a vacina ou a imunoglobulina e não adoecer — detalha  Ballalai.

Devido às intensas campanhas de vacinação em animais, a incidência de casos de raiva diminuiu consideravelmente desde 1986. No entanto, apesar desse avanço, o perigo ainda persiste. No ano de 2022, infelizmente, observou-se um aumento nos incidentes relacionados à doença. De acordo com informações do Ministério da Saúde, no período de 2010 a 2022, foram registrados 45 casos de raiva humana no Brasil, sendo que cinco deles ocorreram entre janeiro e outubro de 2022.

OS CASOS:

Dos 45 casos registrados desde 2010, 24 foram atribuídos a morcegos, 9 a cães, 5 a felinos, principalmente gatos, 4 a micos ou macacos, e 2 a raposas. Em um dos casos, não foi possível identificar o animal agressor.

Portanto, no momento, as transmissões são distribuídas da seguinte forma: 53% envolvem morcegos, 20% são causadas por cães, 11% por felinos, 9% por primatas e 4% por raposas.

É válido ressaltar que animais como furões, coiotes e gambás também podem transmitir raiva. No entanto, coelhos, roedores pequenos (como esquilos, ratos, porquinhos-da-Índia e hamsters), lagartos, peixes e pássaros não transmitem a doença.

Após a exposição ao vírus da raiva, a vacina antirrábica pode ser recomendada por profissionais de saúde e administrada em qualquer pessoa, incluindo crianças, idosos e gestantes. Não há contraindicações conhecidas ou relatos de eventos adversos graves relacionados à sua aplicação.

Por outro lado, de acordo com informações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o soro antirrábico desempenha um papel importante como um auxiliar da vacina. Ele age rapidamente neutralizando o vírus, enquanto a vacina estimula a produção de proteção no organismo. Dessa forma, o soro é administrado de forma complementar à vacina.

A imunoglobulina é uma opção ainda mais segura do que o soro antirrábico e tem o mesmo objetivo de neutralizar o vírus da raiva. No entanto, devido à sua produção limitada, essa alternativa é mais cara e nem sempre está prontamente disponível.

 



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