Metade dos brasileiros é a favor das cotas raciais em universidades

Pesquisa mostra que apoio é maior entre mais jovens, escolarizados e com maior renda. Aprovação também cresce entre pretos, pardos e pais com filhos em escolas particulares. Pesquisa ouviu 2.090 pessoas a partir de 16 anos em 130 municípios.

Avalie a matéria:
cotas | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Dados do último levantamento do instituto Datafolha, divulgado neste domingo (12) pelo jornal "Folha de S.Paulo", apontam que 50% da população brasileira é a favor das cotas raciais em universidades públicas. Entre os entrevistados, 34% se posicionaram contra. Outros 3% se mostraram indiferentes e 12% não souberam responder. Com informações do g1.

A pesquisa ouviu 2.090 pessoas a partir de 16 anos em 130 municípios, entre 8 e 14 de março deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo a "Folha de S.Paulo", a pesquisa foi feita em parceria com o Cesop-Unicamp sob a coordenação da Ação Educativa e do Cenpec.

Cotas em universidades (Foto: reprodução)

Em geral, o apoio às cotas é maior entre os mais jovens, escolarizados e com maior renda. A concordância também é superior entre a população preta (53%) e parda (52%) do que entre brancos (50%).

A aprovação passa para 60% entre pessoas com filhos que estudam em escolas particulares, que não são beneficiados pelo mecanismo. Entre os pais de filhos em escolas públicas, há a maior falta de opinião sobre o tema: 11% desse grupo dizem não saber opinar sobre a questão, contra 3% no outro grupo.

A pesquisa Datafolha também fez perguntas sobre a abordagem da discriminação racial nas escolas e respeito às crenças religiosas. A maioria dos entrevistados (81,4%) concorda totalmente que a discriminação racial deve ser discutida nas escolas. O respeito a todo tipo de crença e prática religiosa na escola pública é apoiado por 93,7%.

Lei de 2012

A Lei de Cotas foi sancionada em 2012. A partir dela, todas as universidades federais do Brasil passaram a adotar a ação afirmativa de forma escalonada até chegarem, em 2016, à reserva de 50% das vagas para alunos que cursaram todo o ensino médio em escola pública.

A legislação determina que o preenchimento dessas vagas siga a mesma proporção da população de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência do estado onde fica instituição de ensino, seguindo os dados do censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A própria lei prevê que ela passe por revisão até agosto deste ano, quando o programa completa dez anos. Parlamentares defensores da medida têm receio de que o debate em meio à campanha eleitoral provoque "retrocesso". Eles defendem o adiamento da revisão. O presidente Jair Bolsonaro (PL) já criticou a política, mas até agora não houve movimentações em seu governo para alterá-la.

A pesquisa Datafolha mostra que a aprovação às cotas é maior entre pessoas que consideram o governo Bolsonaro péssimo (57%) do que entre aqueles que avaliam seu desempenho como ótimo (31%).



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES