Metrô é alvo de reclamações de moradores em Teresina

Os usuários do transporte que moram na região reclamam das condições da única linha que atende o bairro

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O trem metropolitano que liga a região do Grande Dirceu ao centro de Teresina, passando pelos bairros Ilhotas e Matinha, transporta em média 15 mil pessoas diariamente, com uma única linha que passa 11 vezes a cada 1h20. Mesmo sendo um transporte barato e rápido, o metrô vem causando alguns transtornos para a população do Itararé, no Grande Dirceu.

A precariedade da locomotiva, com falhas na manutenção, incluindo nos trilhos por onde passam, causa desconforto nos passageiros, maioria residente na Região Sudeste da capital. Estações sujas e sem iluminação, além da falta de assistência às residências próximas às vias férreas aumentam a lista de problemas relacionados ao trem.

A presidente da Associação de Mulheres do Itararé (Amui), Maria dos Remédios Silva, afirma que o metrô não tem garantido as condições mínimas de segurança aos passageiros e trabalha com as portas abertas, colocando em risco, principalmente, crianças e adolescentes que dependem do transporte.

?O metrô está sem condições de funcionar. Não tem mais ar-condicionado, é quente, e por isso, sempre viaja com as portas abertas, o que é um perigo. Já aconteceram muitos acidentes com pessoas que caem do transporte.

Ainda reivindicamos que a sinalização nos cruzamentos melhore, além da ampliação da linha e compra de pelo menos mais dois trens. Este é um transporte muito importante para nós, mas precisa de melhorias, por isso estamos recolhendo assinaturas em um abaixo assinado para apresentar à CMTP?.

O transporte é administrado pela Companhia Metropolitana de Transporte Público, empresa pública pertencente ao Governo do Estado. A líder comunitária acrescenta que os intervalos de 1h20 são muito longos para quem depende do trem, mas que por muitas vezes a locomotiva e os trilhos apresentam problemas, impedindo o transporte de passar no horário programado, reduzindo de 11 vezes para até quatro por dia.

Os problemas com os trilhos e o trem já são conhecidos de toda a população, mas a situação das estações e dos trechos onde passam o trem é, mesmo, encarada diariamente pelo usuário, como o lixo espalhado nas vias férreas e nas paradas. Garrafas pet e latinhas são os objetos mais jogados, entre outros tipos, inclusive, em algumas ocasiões, são jogadas até mesmo sacolas com lixo.

No terminal do metrô situado no bairro Itararé, ao lado da Praça do Mercado do Dirceu II, além do lixo, as lâmpadas da casa de passageiros são quase inexistentes. Os suportes das lâmpadas fluorescentes estão vazios e a situação certamente é prejudicial à noite, até a passagem do último trem às 19h25.

Moradores reclamam de rachaduras nas casas próximas à linha férrea

A dona de casa Maria da Cruz, que vive há 10 anos na residência em frente à via férrea, no trecho ao lado da Escola Municipal Parque Itararé, convive diariamente com o barulho e os tremores causados pelo trem.

Quando ela comprou a residência, ainda não havia a linha naquele local e a distância para os trilhos é pouco mais de dois metros. Devido à vibração provocada pela passagem da locomotiva, a casa de Maria da Cruz coleciona rachaduras em quase todas as paredes dos cinco cômodos do imóvel.

?Já perdi a conta de quantos reparos eu já tive que fazer por aqui, em todos os cômodos dá pra ver rachadura. A casa treme toda. Eu já recebi alguns técnicos da CMPT para medir e analisar as rachaduras, mas ficou por isso mesmo. Até o maquinista, que já me conhece, me aconselhou a cobrar providências deles, mas acho que não adianta?, lamenta.

A vizinha de Maria da Cruz, uma senhora de 84 anos, reclama também da violência no local, mais evidente depois do estreitamento da rua onde elas vivem para a implantação da linha, o que transformou o local em um beco.

A senhora denuncia a existência de muitos usuários de droga que se reúnem no local e assaltantes nas proximidades. ?Um dia a minha filha chegou do trabalho e não teve tempo nem de abrir o portão. Um bandido veio, apontou a arma e levou a bolsa com todos os documentos. Nós aqui evitamos passar pelo beco?.

Projeto visa melhorar serviço

O Governo do Estado informou através de site oficial que está prevista ainda para este mês a conclusão do projeto de ampliação da linha do metrô, inserido no Plano de Mobilidade Cidade de Teresina ? Rede Sobre Trilhos, devendo receber investimentos de R$ 1,7 bilhão através do PAC Mobilidade. Na primeira fase, será realizada a reforma e reestruturação dos 13,8 quilômetros de trilhos, com prazo de 12 meses para conclusão.

Sobre os demais problemas, a equipe de reportagem tentou contato, por telefone, com o diretor da Companhia Metropolitana de Transportes Públicos (CMTP), Antônio Sobral, sem sucesso.



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