Ministro dos Esportes escreve para o Meio Norte

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, vai escrever todas as segundas-feiras para a página de Opinião

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Aldo Rebelo escreve para o Meio Norte | Divulgação
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A partir desta semana, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, vai escrever todas as segundas-feiras para a página de Opinião do Jornal Meio Norte. Neste primeiro texto, o ministro fala sobre o dramaturgo Nelson Rodrigues e sua estreita relação com o futebol, em um artigo bem-humorado sobre a maior paixão do brasileiro. Confira!

Aldo Rebelo

Ministro do Esporte

Dizia Nelson Rodrigues que ?o pior cego é o que só vê a bola?... Esta e outras frases antológicas sobre o futebol merecem ser relembradas a cada dia. E, agora, com a comemoração do centenário de Nelson Rodrigues, iniciada em 23 de agosto, dia em que nasceu no Recife, devem ser registradas como a celebração mais generosa de sua obra.

Se o futebol é um esporte que move os sonhos e as paixões das pessoas, poucos conseguiram traduzir estes sentimentos em palavras tão bem quanto Nelson Rodrigues. O dramaturgo deixou um conjunto de crônicas que ajudaram a fazer do Brasil o país do futebol.

Nelson também mudou profundamente a imprensa esportiva. Ao lado do irmão Mário Filho, outro revolucionário, abordou ?o futebol do ponto de vista humano, não do técnico e tático?, como observou seu biógrafo Rui Castro. Para ele, o jogador brasileiro tem ?dons em excesso?.

O dramaturgo da vida como ela é e o cronista das chuteiras imortais dizia-se um reacionário e por isso foi muito criticado. Mas a verdade é que um artista não precisa assumir determinada posição política para veicular sua arte: antes precisa da arte para fazer política.

Jornalista-torcedor (do Fluminense), em tudo que Nelson escreveu transbordou amor ao Brasil, sobretudo ao glorificar a Seleção. Tomando o futebol como metáfora da sociedade nacional, esforçou-se para superar o complexo de inferioridade (?de vira-lata?) instalado após as derrotas nas Copas de 50 e 54. Persistia a convicção de que o jogador brasileiro era covarde, tremia diante do es- trangeiro. Nelson combateu o ataque derrotista como um zagueiro zeloso.

Dizia não entender de futebol, e esculachava os ?entendidos? ? seus colegas da crônica esportiva, ?Narcisos às avessas, que cospem na própria ima- gem?. Na campanha do tricampeonato de 70, dizia que ?era mais fácil encontrar uma girafa em nossas redações do que um otimista?.

Quando o time embarcou para o México, sentenciou: ?Partiu a Seleção. Terminou o seu exílio?. Ao nos prepararmos para realizar nossa segunda Copa e perseguirmos o sexto título do futebol mundial, Nelson Rodrigues, falecido em 1980, nos faz falta com suas tiradas e, sobretudo, sua fé no Brasil.



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