Moradores vivem sem abastecimento de água há anos

Por conta da falta de água nas casas, moradores precisam procurar outros lugares para abastecer suas residências.

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Moradores de Timon convivem sem água. | Reprodução
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Baldes na cabeça, levados em carros de mão e até mesmo por crianças. Cenas como essas são bastante comuns pelas ruas do Bairro Cidade Nova II, em Timon. Lá, moradores convivem há anos com a ausência de água nas torneiras de casa e os moradores precisam procurar meios alternativos para não morrerem de sede e manterem seu consumo diário.

Um galão cheio de água não é suficiente para atender uma família com quatro pessoas. A exemplo de Ivaneide Batista, oito galões duram apenas um dia para poder fazer as refeições e suprir as necessidade de higiene da família.

Ivaneide mora há seis anos no bairro e diz que quando chegou a água era constante. ?Mas depois de um tempo começou a faltar. Depois voltou ao normal, mas agora começou de novo. Estou quase um mês sem água?, conta a moradora que enche oito galões de água todos os dias Paulo da Silva mora há cinco anos no bairro e diz que desde que chegou lá o problema já existia. ?Para pegar água só tem de manhã cedo, seis e meia da manhã. Quando dá oito horas já não tem mais na torneira. Tem que acordar cedo se quiser ter água para o consumo?, diz o morador.

Muitos não sabem o que é água na torneira há anos

No entanto, para outros moradores o problema chega a ser pior. Enquanto alguns moradores sofrem com a irregularidade no abastecimento de água, há moradores que garantem que não sabem há anos o que é ter água na torneira de casa. Adriana da Silva é um exemplo disso que chegou até mesmo a tirar a torneira da lavanderia por estar inutilizada.

?Há muito tempo eu não sei o que é tomar banho de chuveiro?, afirma a moradora que percorre todos os dias dois quarteirões com pelo menos dois galões de água. E nem sempre a água é suficiente para abastecer a família que além dos seis membros ainda é consumida pelos seis animais, entre pássaros e cachorro.

?Tenho uma filha de dois anos e me preocupo com a saúde dela. Se o calor está grande, imagine sem água. Piora a situação. Hoje não tinha nenhuma água nem pra beber. É o jeito ir pegar em outro lugar porque aqui, água que é bom, não tem?, reclama.

E o problema não acontece apenas no Cidade Nova II. Na região, pelo menos três conjuntos enfrentam esse problema todos os dias. Moradores do III também ficam prejudicados. ?Vejo muitos carros pipa descendo pra lá. Aqui a gente tem que se virar?, diz uma moradora.

O Bairro Cidade Nova, onde Ivaneide, Paulo e Adriana moram, tem pouco mais de 12 anos, e a água que vinha de um poço já não é mais suficiente.

Afinal, o bairro é considerado o segundo bairro mais populoso de Timon, mas está claro que já não tem condições de atender toda a demanda. Só no Cidade Nova II são pelo menos 200 famílias que passam por esse problema todos os dias.

Famílias usam água de creche para abastecer suas casas

Por conta da falta de água nas casas, moradores precisam procurar outros lugares para abastecer suas residências.

Antes, os moradores tinham que andar mais de 4 quilômetros para conseguir levar água para suas casas, mas hoje, eles conseguem através de duas torneiras da Creche e Centro de Convivência Júlia Almeida, localizada no bairro.

Segundo os moradores, o espaço, de responsabilidade da Prefeitura de Timon, é o único que possui água constantemente na região.

No entanto, de acordo com os moradores, isso só foi possível há algumas semanas, quando eles reivindicaram a colocação de uma torneira na parte externa do espaço. Atualmente, dois lados do centro que ocupam 1 terço do quarteirão possuem uma torneira para atender as famílias. E as duas únicas fontes de água vivem sempre lotadas.

Moradores se aglomeravam com seus galões para aguardar a vez. ?Agora está é vago. Tem dias que meia-noite tem gente fazendo fila aqui?, conta Adriana, que não sabe até quando os moradores poderão usufruir. ?Tem que poupar água para não faltar?, lamenta a moradora.

SAAE - O presidente do Serviço Autônomo Água e Esgoto de Timon (SAAE), Luís Cláudio foi procurado para falar sobre o assunto, mas não atendeu as ligações.



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