Mulher morre depois de fazer lipoaspiração na barriga e nas coxas em clínica de olhos

Segundo familiares, Raquel Martins Damasceno, 47, se submeteu a uma lipoaspiração na barriga e nas coxas.

Fachada do Instituto de Oftalmologia de Maceió, onde Raquel Martins fez uma lipoaspiração e morreu. | Divulgação
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O CRM-AL (Conselho Regional de Medicina de Alagoas) vai investigar a morte de uma funcionária pública que morreu durante uma cirurgia de lipoaspiração em um centro oftalmológico em Maceió. O procedimento foi realizado na última terça-feira (6), e a família questiona se o local tinha estrutura para realizar o procedimento com segurança.

Segundo familiares, Raquel Martins Damasceno, 47, se submeteu a uma lipoaspiração na barriga e nas coxas e faria também um enxerto nas nádegas do material retirado. Durante a cirurgia, a paciente sofreu uma parada cardíaca e, após reanimada pela equipe, teve de ser transferida às pressas para um outro hospital que tem UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Segundo o laudo emitido pela Santa Casa de Misericórdia, para onde foi levada, Raquel morreu devido a três paradas cardíacas e um quadro de embolia gordurosa. Já o atestado de óbito do IML (Instituto Médico Legal) afirma que a morte teve causa indeterminada.

Embolia gordurosa é algo raro em uma cirurgia de lipoaspiração e pode ocorrer por alguns motivos, não só por falha do cirurgião. O problema pode acontecer quando um pedaço da gordura entra na corrente sanguínea e vai parar no pulmão, causando a embolia pulmonar e, consequentemente, a parada cardíaca.

Raquel era funcionária pública, tinha três filhas e uma neta. Segundo a família, ela decidiu pela cirurgia meramente por ?questões estéticas.? O irmão dela, Raul Martins, afirmou que Raquel pagou cerca de R$ 15 mil pelo procedimento. ?A cirurgia deveria ter durado quatro horas. Já estávamos preocupados porque ela estava há oito horas na mesa de cirurgia quando o médico veio nos avisar que tinha ocorrido um problema durante o procedimento e que ela necessitaria ser transferida para um hospital com UTI?, disse.

O irmão cita que Raquel foi questionada sobre a estrutura do Instituto de Olhos de Maceió para a realização da cirurgia. ?Minha mãe e eu achamos estranho quando ela disse que faria lá, porque não sabíamos se uma clínica para olhos teria todo o equipamento para uma cirurgia de lipoaspiração. Mas foi um fato que não nos preocupamos, afinal ela estava saudável, praticava exercícios físicos?, contou Martins.

O irmão da vítima afirmou que já está reunindo a documentação para ingressar com uma ação judicial e pretende questionar se o instituto tinha estrutura para realizar cirurgias plásticas. ?Vamos deixar passar esses dias para tomar a decisão.?

O diretor do Instituto de Olhos de Maceió, Alan Barbosa, disse que a unidade funciona há 15 anos com cirurgias oftalmológicas e cirurgias plásticas. Segundo ele, os cirurgiões preferem operar no instituto para não correr riscos de infecção e para dar mais segurança ao paciente.

?Realizamos cirurgias oftalmológicas, que são limpas, e o centro cirúrgico também é equipado para realizar procedimentos de pequeno e médio porte, como cirurgias plásticas e lipoaspiração. Em quase 16 anos de atuação, que vamos completar em abril, nunca tínhamos registrado caso de óbito, este foi o primeiro?, disse Barbosa, afirmando que a morte de Raquel foi uma ?fatalidade?. ?A equipe médica estabilizou o quadro da paciente e ela foi transferida com vida do instituto para a Santa Casa, por questões de segurança e porque ela necessitou de cuidados de uma UTI?, afirmou.



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